sexta-feira, 27 de maio de 2011

NOTA DA ANEL-MA SOBRE A VEICULAÇÃO DAS MATÉRIAS SOBRE A UFMA NO JORNAL DA GLOBO


A UFMA QUE TEMOS


Nessa semana o Jornal da Globo começou a veicular matérias sobre a situação das universidades públicas em todo o país.
Em meio à decadente infra-estrutura das universidades brasileiras estava a da UFMA, mas precisamente, a do Curso de Farmácia. Na matéria foi mostrada a realidade já vivenciada na pele pelos estudantes diariamente. Essa realidade perpassa pelo quadro deficiente de professores que pertencem ao Departamento de Farmácia da UFMA (DEFAR) até a infra-estrutura laboratorial que como vimos, de longe apresenta avanços tecnológicos e muito menos proporciona pesquisa científica para atender a demanda social.
Afirmamos sem medo de errar que o quadro docente desse departamento se esforça muito para poder transmitir o conhecimento aos estudantes. Professores que de longas experiências, driblam a falta de financiamento e o rateio das verbas destinadas ao Centro de Ciências Biológicas e da Saúde (CCBS) de apenas 200 mil reais para manter todos os cursos da saúde. A parte que cabe ao Curso de Farmácia nessa insuficiente quantia é de apenas 10 mil reais por ano, diferente das grandes quantias apresentadas pelo reitor. Quem vive a realidade deste curso sabe o quanto isso é verdade!
Esse é um de tantos cursos espalhados pelo Brasil que com o Reuni ampliaram sua demanda em detrimento da falta de financiamento, que proporciona, por exemplo, a falta de salas de aulas e de laboratórios e ampliação do quadro de professores efetivos neste curso. Com a estrutura que a UFMA tem hoje, esta universidade atende muito mais do que pode, vide a relação professor-aluno que é de 1 professor para cada 26,9 alunos. Essa proporção ultrapassa a meta do Reuni que seria de 1/18 comprometendo a qualidade do ensino, a saúde dos docentes, dentre outras conseqüências.
Precisamos aqui também apontar que de longe o Prédio de Farmácia do Campus do Bacanga atende a demanda necessária. Em menos de dois anos após a finalização das suas obras, o prédio já apresentava muitas complicações estruturais o que levou estudantes de Farmácia e outros estudantes da UFMA a ocuparem durante uma tarde a Prefeitura de Campus, no ano de 2008.
A realidade grita aos olhos quando percebemos que faltam microscópios em muitos laboratórios e equipamentos básicos para que os estudantes possam ter uma noção da profissão farmacêutica. Por outro lado, os laboratórios financiados pela iniciativa privada têm os melhores equipamentos e microscópios mais avançados para a pesquisa, aulas práticas e cursos pagos oferecidos pelo departamento e suas parcerias.
No contexto maior da UFMA, temos um pórtico de quase 500 milhões de reais sendo erguido pela administração superior a troco, por exemplo, do descaso que acontece no curso de Farmácia.
Muito se alardeia que a Universidade Federal do Maranhão passa por um processo de transformação. Também achamos que a universidade avançou em alguns pontos importantes, mas que precisam ser ponderados. Por exemplo, o Centro Pedagógico Paulo Freire, o famoso prédio do Reuni, já apresenta suas deficiências antes mesmo de ser concluído, como ficou expresso no período de chuvas, na inacessibilidade aos deficientes físicos, na falta de bebedouros e demonstrando o real caráter do Reuni com grandes salas de aula sem nenhum conforto e sem uma Área de Vivência...um verdadeiro “escolão”!
É preciso compreender a universidade em sua totalidade e desvendar que a UFMA QUE TEMOS, passa muito longe da UFMA QUE QUEREMOS!

2 comentários:

  1. Mas e aí? Vcs gostaram da matéria, ou tiveram a mesma impressão que eu: foram usados numa reportagem cujo objetivo foi enfraquecer, perante a opinião pública, o conceito de ensino público em relação ao privado?

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  2. Nós entendemos com toda certeza que a mídia hegemônica se aproveitou e tentou demonstrar de toda forma como o ensino público está sucateado apontando a solução: a privatização do ensino público. Aqui colocamos nossa nota, não só para defender a UFMA, mas lutar para que as políticas do governo para o ensino superior tenham financiamento.
    Como falamos, essa é a realidade de muitos cursos e universidades brasileiras, mas é preciso que dentro desses marcos o movimento estudantil vá de encontro as políticas privatistas dos governos.

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