terça-feira, 8 de abril de 2014

Nota de apoio aos estudantes da UFMA em Imperatriz


A Universidade Federal do Maranhão – UFMA, assim como as demais universidades brasileiras, passaram por um inúmero processo de expansão, especialmente depois que o REUNI, Programa de Reestruturação das Universidades Federais foi implementado. Hoje a UFMA conta já com campus em oito cidades . Em Imperatriz, onde já existem dois campi, um no Centro e outro no bairro Bom Jesus, além de Bacabal, Codó, Grajaú, Chapadinha, São Bernardo, Pinheiro e o mais recente criado em Balsas.

Enfrentamos um grande processo de lutas e mobilizações nas universidades por todo o Brasil para impedir que o REUNI fosse implementado, considerando a forma em que o projeto era colocado o que nos levava a concluir que se  tratava nada menos de que uma politica consciente do governo federal de precarizar ainda mais o ensino superior e suas respectivas universidades publicas. Não sem razão, hoje podemos ver as consequências deste projeto.

Um pouco sobre o REUNI
Esse programa foi aprovado em 2007 que previa a ampliação do ensino superior. No entanto, sequer o decreto deixava claro que as condições para que essa expansão de fato ocorresse fosse feito de maneira a proporcionar a melhor qualidade no ensino. Pelo contrário, o que se pode constatar ao longo dos anos foi o um verdadeiro crescimento e inchaço das universidades  sem condições de manter os estudantes que adentraram com estruturas suficientemente boas para atendê-los.
Este mês fazem 7 anos que o REUNI foi aprovado, e suas consequências dentro das universidades ainda são visíveis, e seus inúmeros problemas também.

A UFMA e a Expansão
Não diferente do resto do Brasil, a UFMA se expandiu de forma completamente irresponsável, onde todos dos campi iniciaram suas aulas sem que a estrutura do campus estivesse totalmente preparada e equipada para receber os cursos professores e docentes. Todos os campi da UFMA iniciaram suas atividades apenas com salas de aula minimamente, já que o REUNI tratava da ampliação de vagas e cursos. Onde foi pensada a assistência estudantil, casa de estudante, restaurante, assistência financeira, creche, transporte, na instalação dos campi da UFMA? Os laboratórios necessários no campus, onde foram pensados? O quadro e o corpo docente de cada campus foram pensados?
A repostas a essas perguntas é apenas uma negativa carregada de certeza. Após todo esse tempo é que alguns dos campi estão concluindo as obras do Restaurante universitário, alguns sequer têm casa para estudantes, muito menos creches. E se fizermos um levantamento veremos que tem estudante já próximo de concluir o curso que em nenhum momento pisou no laboratório.
Essa é a politica de expansão para as universidades. Fazer do ensino superior uma mera fábrica de diplomas e oferecer um ensino sem qualidade aos seus estudantes.



A luta no campus de Imperatriz
A realidade no campus de Imperatriz hoje não é muito diferente dos demais campi da UFMA. Falta muito pra se chegar a uma universidade de qualidade expansiva. Os estudantes deste Campus têm enfrentado grandes dificuldades para permaneceram na UFMA, dando continuidade no curso.
Na manhã desta segunda-feira, os estudantes montaram acampamento em dentro do campus Bom Jesus, os estudantes ocuparam o campus Bom Jesus para reivindicar seus direitos à assistência, educação, contratação de professores, restaurante universitário com valor acessível, casa de estudante no campus, internet de qualidade, transporte. Nada além daquilo que a universidade tenha por obrigação garantir e, no entanto, foge perante sua responsabilidade.
Nós da Assembleia Nacional de Estudantes Livres - ANEL, que desde sempre denunciamos a irresponsabilidade da Reitoria da UFMA na aplicação dessas políticas de expansão acompanhada de falta de estrutura e condições para garantir uma educação pública gratuita e de qualidade, e que na verdade tenta de forma impositiva, sem nenhum meio de ouvir a comunidade acadêmica sobre os possíveis impactos que podem resultar suas ações, queremos prestar toda nossa solidariedade aos estudantes e Imperatriz que ocupam o campus do Bom Jesus, e nos colocando sempre à disposição para estar nas lutas em defesa de uma UFMA e de uma educação pública que represente e responda de fato os anseios de seus estudantes, professores e servidores. Denunciamos ainda o completo autoritarismo com o qual o reitor Natalino Salgado se utiliza nessa universidade não dialogando com os estudantes.



#Nas ruas somos sonhos e lutas. O Futuro é agora!


quinta-feira, 3 de abril de 2014

Nota de Apoio da ANEL à greve dos Garis de São Luis

Por Inaiara Brito e Neylson Oliveira, da Executiva Estadual da ANEL - MA



As duas últimas semanas em São Luís foram impulsionadas com o início da greve de diversas categorias da classe trabalhadora: bombeiros, policiais militares e os trabalhadores do transporte rodoviário, que reduziram o horário de circulação dos ônibus da capital, tirando-os de circulação entre 16:00 e 18:00 hs. A meia noite desta quarta – feira, dia 02 de março foi deliberada a greve dos Garis que , assim como as demais categorias, reivindicam melhorias no trabalho.
No estado do Maranhão as condições dos trabalhadores é sem dúvida a mais precarizada possível, e não há nenhuma perspectiva do governo do estado em favorecer e possibilitar melhores condições de vida aos trabalhadores e trabalhadoras do estado. São mais de meio século de exploração por meio da oligarquia de Sarney e toda sua corja. Verdadeiros parasitas do povo maranhense, sugando e se apropriando de tudo aquilo que é produzido no estado e em troca oferecem péssimos serviços de saúde, de transporte, em educação, repressão e criminalização nas periferias das cidades, contribuindo com o extermínio da juventude negra maranhense.
O prefeito Edvaldo Holanda Júnior (PTC), desde o início da campanha veio com um discurso de um novo jeito de fazer política, porém que assumiu a prefeitura apenas deu continuidade àquelas politicas implantadas pelo prefeito anterior do PSDB e pelo PCdoB, confirmando a ideia de que esse novo jeito era na verdade, mais do mesmo, principalmente quando ele destina milhões para as empresas de  transporte da capital. Nenhuma dessas politicas implementadas pela prefeitura melhorou a vida dos ludovicenses. E a população ainda amarga os desmandos e a não prioridade nos serviços básicos, e a coleta de lixo, continua a serviço de uma empresa privada.
Esse desrespeito com os trabalhadores de todas as categorias é consequência do avanço da terceirização do serviço público. Durante os três últimos governos (tanto os governos federais, estaduais e municipais), a terceirização aumentou consideravelmente e atrelada a ela, uma gama de fatores que prejudicam única e exclusivamente aos trabalhadores. A terceirização dos transportes, da saúde, da educação são exemplos disso. No que diz respeito aos garis, considerando os fatores expostos acima, como jornada de trabalho extensa, salário que não chega ao piso mínimo, condições de trabalho inviáveis, é notório o quanto esta categoria é além de invisibilizada, precarizada.

Garis em Greve!

Os garis de São Luís têm como pauta de reivindicação o reajuste salarial com o aumento de 23%, que passariam de R$ 719,98 para R$ 885,57 e do tíquete-alimentação de R$ 290 para R$ 450.  Os serviços de limpeza pública são terceirizados pela empresa São Luís Ambiental, que apresentou como contraproposta o reajuste de apenas 4% para o salário e R$ 310 para o tíquete.
A jornada de trabalho dos Garis tem uma carga horária de 12 horas. O que levou o presidente do Sindicato dos Empregados de Empresas de Asseio e Conservação do Estado do Maranhão (SEEACMA) - Honésio Máximo da Silva, a se pronunciar sobre isso:

[...]consideramos como exploração, trabalho escravo. E chamamos a direção da empresa e do prefeito de São Luís para fazer parte dessa negociação da categoria que é justa. Não podemos admitir essa situação. Os profissionais que atuam nesse cenário merecem mais respeito e melhores condições para a qualidade de vida no trabalho. A gente pede que a sociedade entenda esse momento e possa ser solidária aos trabalhadores da limpeza pública. O nosso movimento é justo e por tempo indeterminado.

Os garis do Rio de Janeiro cruzaram os braços durante o carnaval para chamar a atenção da prefeitura na luta por seus direitos. Ninguém poderia imaginar até então que um episódio como este poderia acontecer, isso em pleno carnaval! Os garis não só pararam suas atividades como conseguiram arrancar uma vitória a contragosto da prefeitura do Rio. Este é um exemplo de que quando a classe trabalhadora se junta e se organiza, seus opressores e exploradores tremem, pois nada pode se comparar ao poder e determinação daqueles que constroem e estruturam a sociedade através do seu trabalho.
Além disso os Garis no Rio mostraram o caminho e serviram de exemplo para sua categoria por todo o país, os incentivando a se organizarem e ir  à luta, e esse exemplo foi seguido pelos garis de Recife e agora por São Luís. Agora é a hora dos Garis varrerem todo o lixo que o governos, municipal e estadual deixaram/deixam na vida dos trabalhadores, impondo à eles uma vida de trabalho precária e exploratória.
A luta dos garis de São Luís, também é uma luta de toda a população, pois conseguindo melhorias para a categoria, os serviços prestados consequentemente se tornarão mais eficazes. Além disso, acreditamos que para termos uma mudança efetiva e concreta na sociedade, a juventude precisa se aliar aos trabalhadores das inúmeras categorias, mostrando sua força. Por isso, a ANEL apoia e se solidariza com a luta dos(as) garis, mobilizando os estudantes e demais trabalhadores para somar força nesta luta.

Gari, escuta: sua luta é nossa luta!!!



quarta-feira, 2 de abril de 2014

Nota da Anel em Apoio aos Bombeiros e Policias em Greve

Por Neylson Oliveira, da Executiva Estadual da ANEL e do CAFIL


O ano 2014 já se iniciou com exemplos bem claros para nós do quanto à luta e mobilização dos trabalhadores é importante.  Do início do ano pra cá, categorias demonstraram isso de uma forma exitosa, deixando claro que não há outra forma de que se alcancem melhorias para os trabalhadores, senão por meio da luta.

Foram os garis do Rio nosso maior exemplo para hoje. Uma categoria majoritariamente negra, e fortemente explorada e oprimida principalmente no que se refere ao seu próprio trabalho. Também foram os metroviários de Porto alegre, os trabalhadores da COMPERJ-RJ, e os Garis agora em recife que nos dão essa certeza de que é preciso lutar e de que é possível vencer.



No Maranhão, desde a quarta-feira (26/03) foi deflagrado greve da Policia Militar do Maranhão e desde então, uma serie de mobilizações em toda a categoria vem acontecendo. Inicialmente os policiais estão acampados no pátio da Câmara Municipal de são Luís. Eles reivindicam cumprimentos dos acordos feitos em 2011, reajuste salarial, melhores condições de trabalho, pelo fim da lei do cão.

Durante todo o processo em que os movimentos sociais foram pras ruas, inclusive nós, os PM’s estavam no lado oposto ao nosso, e por vezes foi impossível o enfrentamento, e a repressão em alguns casos foi bastante intensificada. Essa situação gera certa diversidade de opiniões e que por vezes alguns militantes tendem a condenar e não apoiar os policiais nesse momento. Precisamos ressaltar que temos um laço de aproximação com a PM e esse laço é justamente o laço da nossa classe, da classe trabalhadora. E é por este motivo que destacamos a importância que esse movimento de greve tem e o quanto esse movimento é progressivo, pois trouxe à tona a necessidade de organização inclusive dos policiais militares, quando começaram a perceber que tinham um trabalho totalmente precarizado, condições de trabalho completamente exploratória, e desvalorização total de sua categoria e decidiram estar juntos para lutar contra isso.



A ANEL presta todo seu apoio e solidariedade aos policiais militares, sabendo da importância de estar junto das inúmeras categorias da classe trabalhadora, sempre que ela se levanta para questionar seu opressor, no entanto, precisamos enfatizar que é necessário um amplo defesa da desmilitarização da PM que ainda hoje tem suas bases nos primórdios da ditadura militar, e que precisamos romper com essa estrutura que não serve  mais, senão para continuar oprimindo e exterminando o povo pobre, sobretudo os negros da periferia.