segunda-feira, 25 de maio de 2015

Dia 27 de maio é dia de democratizar a UFMA

O ano de 2015 iniciou-se com fortes mobilizações da juventude e da classe trabalhadora. Os ataques advindos do governo federal, Câmara dos Deputados e Senado Federal só reafirmaram o papel que essas instâncias cumprem hoje na sociedade. Os cortes nas áreas sociais, sobretudo na Educação (cerca de 7 bilhões), as Medidas Provisórias 664/665, o PL das Terceirizações, os aumentos das tarifas do transporte coletivo, dentre outros ataques são alguns dos exemplos das retiradas de direitos. As greves, ocupações, atos, paralisações expressam toda a disposição daqueles que lutam e sonham com um outro futuro.

As universidades públicas brasileiras são as que mais sentiram na pele esse corte no orçamento da educação. Em janeiro desse ano, o anúncio foi de cerca de 30% no orçamento a menos para as universidades. Se não bastasse tudo isso, na última sexta-feira (21/05) o governo Dilma anunciou o montante de 69,9 bilhões no corte orçamentário, sendo 20 milhões em Emendas Parlamentares e por volta de 50 milhões em investimentos próprio do governo. Não temos dúvida de que a educação será mais uma vez a área mais afetada nesse corte. Essa é mais uma parte do pacote de ajuste fiscal e retirada de direitos realizada pelo Governo, Congresso Nacional e oposição de direita.

Na Universidade Federal do Maranhão (UFMA), principal instituição de ensino superior do estado, a situação não é diferente. A falta de assistência estudantil; as enormes filas do RU; a superlotação no transporte coletivo do campus; a falta de Professores; os atrasos nas bolsas de pesquisa e extensão, auxilio permanência e etc; a falta de creche; as obras inacabadas, dentre outros, são problemas antigos da universidade, mas que estão sendo intensificados com a realidade posta pela crise. Tais problemas são reflexos do modelo de universidade e educação que temos na sociedade capitalista,voltado meramente para a formação de mão de obra pro mercado, que sob a ofensiva neoliberal e na atual conjuntura, assume ainda mais um caráter mercantilizado, terceirizado e precarizado.

Para além de todos esses problemas, as universidades ainda vivem também sob uma lógica antidemocrática, vide a forma de escolha das reitorias em todo Brasil, em que não há uma eleição direta e paritária. O que temos é uma consulta prévia, com pesos diferenciados entre discentes, técnicos administrativos e docentes, posteriormente enviadas em uma lista tríplice para o poder executivo escolher.

Na Próxima quarta-feira, dia 27 de maio, acontecerá a consulta prévia para a Administração Superior da Universidade Federal do Maranhão (UFMA), que apesar de consideramos um processo injusto, não deixa de ser muito relevante para a Universidade diante de um histórico marcado pelo autoritarismo, clientelismo e falta de espaço para diálogo contínuo com a comunidade acadêmica.

Por entender que a UFMA precisa se democratizar, expandir seus muros e envolver as comunidades adjacentes bem como ampliar espaços de discussão sobre o que ocorre na instituição, é que nós da Assembleia Nacional de Estudantes – Livre (ANEL), DECLARAMOS NOSSO APOIO E VOTO EM ANTÔNIO GONÇALVES E MARISE MARÇALINA PARA REITOR E VICE-REITORA.

Tais candidaturas expressam intensos debates e reuniões que vem se construindo desde o final do ano passado, conformando o Movimento UFMA Democrática (MUDe). O movimento é composto por estudantes, técnicos administrativos e professores que lutam diariamente pela defesa do ensino público gratuito e de qualidade. Tem o objetivo de transformar a UFMA em uma universidade verdadeiramente, laica, plural e democrática, que priorize a indissociabilidade entre ensino/pesquisa/extensão e que dialogue com toda a comunidade acadêmica e com a sociedade. Por tudo isso é que nós da ANEL, desde o princípio, construímos esse espaço  e por acreditar que é necessário a unidade dos setores combativos na UFMA.


Nesse sentido, reforçamos o chamado para todos(as) dizerem UM NÃO à continuação do modelo vigente desta universidade. É HORA DE DIZER SIM À DEMOCRACIA! SIM PARA ANTÔNIO E MARISE. UMA NOVA UNIVERSIDADE É POSSÍVEL!


sábado, 9 de maio de 2015

Insegurança na UFMA: restrição e criminalização não é a solução


               Nas últimas semanas estamos acompanhando um aumento significativo da violência em São Luís. A falta de políticas públicas, principalmente para a juventude, faz com que esses índices cresçam absurdamente, uma vez que a ocupação do tempo da maioria desses jovens não são preenchidos estando em escolas, universidades, projetos sociais, formação profissional e empregabilidade. Os assaltos intensos no transporte coletivo e os assassinatos ocorridos cotidianamente, mostram com mais evidência que a cidade de São Luís continua sendo uma das mais violentas do mundo.   



              Esse problema também tem se refletido dentro da Universidade, tendo em vista que a instituição não é isolada do todo. Os muitos assaltos dentro da UFMA nas semanas anteriores mostram que a segurança da universidade é insuficiente e ineficaz, mesmo com todas as 172 câmeras de monitoramento e mais 68 seguranças que atuam no campus do Bacanga ("segundo" os dados do site da instituição). O modelo de segurança adotado pela Universidade, segue sendo o de proteção ao patrimônio físico/estrutural da universidade em detrimento da proteção da comunidade acadêmica e das comunidades adjacentes 

            Como resposta à essa situação, na última segunda-feira (04/05), ocorreu uma reunião convocada pela reitoria da UFMA, e como encaminhamento, deliberaram por uma intervenção da Secretaria de Segurança Pública do Estado do Maranhão. Ou seja, tudo indica que a Polícia poderá atuar dentro do Campus. Sabemos, no entanto, que a polícia nos moldes como é estruturada não resolve o problema da violência e muito menos significa segurança para a população. Pelo contrário, atua criminalizando os movimentos sociais e de forma repressiva à periferia, agredindo e matando negros e negras pobres.  

         Do mesmo modo, @s estudantes foram surpreendidos na segunda-feira com a interrupção do wi-fi. Somente na terça-feira, a Universidade divulgou uma nota alegando que a rede passava por manutenção. Já na quinta, uma nova nota foi lançada informando que a rede sem fio passaria, a partir de sexta-feira, a ser utilizada através de login e senha do sistema. É importante destacar que não houve nenhuma consulta prévia à comunidade acadêmica sobre esta restrição e ainda assim a administração superior da UFMA de forma autoritária implementou tal medida. 


          "A Universidade da inclusão social" cada vez mais tem fechado suas portas para àqueles que deveriam ser priorizados por ela. A função social que a universidade deveria cumprir, vem sendo historicamente abandonada, basta nos questionarmos quantos projetos de ensino, pesquisa e extensão m sido oferecido nas comunidades ao redor, ou quantos programas sociais e espaços a universidade possui para envolver as pessoas destas comunidades. 

         É  preciso que a segurança da Universidade seja discutida com todas as pessoas que fazem parte dela. Somente assim, teremos um espaço de fato democrático e seguro. Do mesmo modo, é necessário que se garanta um novo modelo de segurança pública, desmilitarizando a polícia e colocando-a sobre o controle dos trabalhadores/as; exigir politicas públicas para toda a população, como o acesso à educação pública, gratuita e de qualidade; formação profissional que garanta emprego e renda; fomentação de cultura, esporte, lazer e etc. para que a juventude possa ter direito ao futuro.