Nos últimos dias, a gestão do DCE está
divulgando um CEUFMA (Congresso dos Estudantes da UFMA) para os dias 09 e 10 de
Jullho. Queremos aqui, chamar a atenção dos estudantes para alguns fatos deste
processo que não consideramos legítimo.
Antes de qualquer coisa, é
preciso resgatar que a atual gestão foi “eleita” em maio de 2014 em meio a um
processo fraudulento e não transparente, onde sequer os estudantes da
instituição sabiam da realização do pleito para novas eleições do Diretório
Central. Quem acompanhou esse processo observou muito bem que não havia
movimentação massiva para as votações, não tendo possibilidade de atingir o
quórum para legitimar as eleições.
A gestão então, toma
posse do DCE ilegalmente e sem legitimidade, e se mantém durante todo o tempo
aliada à reitoria, ficando completamente acomodada diante das problemáticas
estudantis enfrentadas diariamente em todos os campi da UFMA. Hoje é cada vez
mais perceptível aos estudantes a apatia e imobilidade do DCE na UFMA. Uma
entidade geral que deveria ser instrumento de luta na mão dos estudantes se
transformou em apêndice da administração superior da universidade. Não é a toa
que na atual gestão, que já vem se arrastando há mais de dois anos (tempo mais
que suficiente para outras duas eleições de DCE), não vimos até agora nenhum
espaço de discussão com os estudantes, seja CEB (Conselho de Entidade de Base)
ou Assembleia Estudantil.
O CEB é um espaço de
discussões dos Centros e Diretórios Acadêmicos de uma universidade. Segundo o
estatuto do DCE, aprovado no último Congresso de Estudantes da UFMA (CEUFMA),
ele deve acontecer mensalmente ou pelo menos de forma regular. Este, assim como
a Assembleia Geral dos Estudantes, é indispensável para garantir os debates e
deliberações de forma democrática.
O único CEB que ocorreu
foi realizado no dia 20 de Maio, e por motivos que não correspondem aos
interesses e participação efetiva dos estudantes. A gestão do DCE fez o chamado
sem nenhuma preocupação em divulgar e mobilizar, não convocou todas as
representações estudantis, CA’s e DA’s de todos os campi, e não respeitou os
prazos para que todos pudessem se organizar antecipadamente para participar. Um
dia antes da data prevista, tentou desmarcar o CEB, mas foi mantido por alguns
setores da gestão. Ainda assim, convocou novo CEB, gerando inúmeras confusões,
falta de organização e de comunicação. Uma verdadeira bagunça que fez com que
muitos CA’s e DA’s ficassem fora das discussões.
Todo
este processo atropelado ocorreu também devido as divergências internas dentro
do DCE, os grupos que antes se uniram para dar o golpe,
agora estão rompendo entre si, por interesses particulares e partidários,
sobretudo, no que tange ao domínio do aparato do DCE, às eleições municipais
que estão se aproximando e aos tensionamentos que a conjuntura econômica e
política impõem a eles.
A partir do CEB foi deliberado
o CEUFMA (Congresso dos Estudantes da UFMA) na data supracitada, onde será
decidido o período da nova eleição pro DCE. É preciso destacar, que assim como
houve dois CEB’s, também está previsto dois CEUFMA’s para o mesmo dia e mesmo
local. Uma completa falta de respeito e compromisso com o corpo estudantil.
O CEUFMA é o fórum máximo de
deliberações dos estudantes da UFMA, um espaço político que deve ser pensado
para garantir a democracia, a ampla participação, e para priorizar os debates
políticos, para que sejam qualitativos e que façam avançar a formação e
organização dos estudantes. O que está acontecendo, ao contrário, é mais uma movimentação
para garantir eleições a todo custo, sem minimamente discutir com os
estudantes, ou passar democraticamente pelos fóruns previstos em estatuto da
entidade, transformando-o em um espaço despolitizado e burocratizado.
Nós, da ANEL, entendemos que
esses fóruns são indispensáveis, e que nós estudantes devemos intervir pra
defender nossas idéias, disputar politicamente, fazer nossas denuncias e
exigências. No entanto, ficamos impossibilitados por tudo que já foi exposto.
Nesse sentido, convocamos os estudantes pra reivindicarmos um novo CEB e CEUFMA
em outra data, com grande mobilização e dentro dos processos legais, primando
pela amplíssima democracia e participação.