Feliz aniversário, ANEL!
Que venham muitos anos de luta!
É com enorme alegria que comemoramos, hoje, dia 14 de junho de 2011, 2 anos de existência da Assembléia Nacional dos Estudantes – Livre. Há exatos 9 dias do seu I Congresso, os estudantes livres só tem a comemorar da sua recente história, repleta de lutas, campanhas e atividades. Quando os estudantes votaram a fundação da ANEL no Congresso Nacional de Estudantes em 2009, estavam dando um novo passo na construção do novo movimento estudantil. Estavam apostando na possibilidade de, a partir de uma ferramenta nacional, articular e dar um só corpo e uma só voz às pautas e demandas estudantis e às diferentes universidades e escolas do país.
O que motivou os estudantes a estarem presentes naquele Congresso e mais de 90% dos delegados decidirem pela fundação da ANEL foi fundamentalmente duas razões. A primeira era a necessidade de haver uma articulação orgânica nacional entre os estudantes, e a segunda a completa falência da União Nacional dos Estudantes para cumprir esse papel. Toda a forte mobilização que se iniciou em 2007 nas mais de 20 ocupações de reitoria das universidades federais contra o REUNI, da USP contra os decretos do Serra, e da UnB contra os desvios de verba do reitor, deixaram claro que quando o movimento estudantil entra em cena junto em todo o país, é capaz de fazer coisas grandiosas. E nesse momento, só reforçando a mesma postura que teve nos anos anteriores, ficou ainda mais evidente o papel completamente traidor da UNE. Esta velha entidade não teve dúvidas de ficar ao lado de Lula, defendendo com unhas e dentes o REUNI e servindo de cão de guarda do governo para a sua aprovação em cada Conselho Universitário. Assim como apoiou todas as medidas provisórias da Reforma Universitária, como enviou um representante ao Haiti para prestar apoio à ocupação militar chefiada pelas tropas brasileiras, como tentou amenizar todos os problemas que teve o Novo ENEM dizendo que era o fim do vestibular, como sequer se posicionou diante da crise de corrupção no Senado envolvendo José Sarney, e um longo etc. Atualmente, ainda se calam sobre o corte de verba da educação, sobre as denúncias ao Palocci e tem a cara de pau de apoiar o Plano Nacional de Educação do governo Dilma, mostrando que serão o mesmo capacho que foram do governo Lula.
Se não fosse pelos votos dos delegados que estiveram presentes no CNE decidindo a fundação da ANEL, todos esses posicionamentos da UNE dos últimos anos ficariam sem uma contraposição. Hoje, podemos dizer sem nenhuma necessidade de voltar atrás: a UNE não fala e não falará mais em nosso nome. Porque hoje,
temos outra entidade que, essa sim, nos representa. A ANEL, logo após sua fundação, fez campanhas nacionais e se posicionou em todos os acontecimentos do nosso país, além de participar das lutas de cada universidade e escola pelas melhorias na Educação.
Por carregar consigo o princípio do classismo, esteve presente em todas as mobilizações, campanhas salariais e greves dos trabalhadores, lutando ombro a ombro com a CSP-Conlutas e participando de sua fundação em 2010. Por carregar consigo o internacionalismo, sempre apoiou a luta da juventude e dos trabalhadores de todo o mundo, como as mobilizações na Europa no fim do ano passado e enviando representantes para o ascenso estudantil na Argentina e para o Egito, como parte da campanha ativa de apoio à Revolução Árabe. Por carregar consigo a democracia, realizou quatro Assembléias Nacionais e diversas Estaduais, onde estudantes de universidades e escolas de todo o país disseram sua opinião sobre quais deveriam ser os rumos da sua entidade. E por fim, por carregar consigo o livre, fez tudo isso com absoluta independência dos governos, empresas e reitorias, se enfrentando com elas em nome do interesse dos estudantes e sem receber um centavo dessas instituições.
É por isso que hoje, no aniversário de 2 anos da ANEL, os estudantes livres de todo o Brasil devem ter muito orgulho de levantarmos juntos essa bandeira. Ela carrega a luta de milhares de jovens de nosso país que deram seu suor e até mesmo seu sangue para construir a tradição e a história do movimento estudantil brasileiro. Ela resgata o passado combativo da UNE, jogado hoje na lata do lixo pela entidade. E nesse Congresso que se inicia em 9 dias, daremos mais um passo fundamental no fortalecimento dessa bandeira e de todo o seu significado. Amarrando o programa da nossa entidade, organizando uma forte Campanha Nacional contra o PNE da Dilma e pelos 10% do PIB pra educação, contra as opressões, em apoio às lutas internacionais, esse é o único Congresso capaz de armar a juventude brasileira pros próximos desafios que virão.
Não temos ilusão de que estamos apenas começando, que será preciso andar por um longo caminho, que erraremos, faremos novas descobertas. Sabemos também que a unidade entre todos os lutadores, mesmo aqueles que ainda não constroem a ANEL conosco, é fundamental, e por isso nosso Congresso também pretende fortalecer as iniciativas da Jornada da Unidade. Ainda assim, estamos construindo a história. Temos a certeza que nossa passagem pela universidade ou pelo colégio está acompanhada da construção de um mundo onde trabalhadores e jovens possam ter perspectivas de viver plenamente, sem exploração e opressão. Alimentados de uma nova esperança vinda dos ventos árabes e europeus, comemoramos um pequeno-grande passado da entidade que construímos no dia a dia com tanto afinco. E vamos em frente, muito animados com o futuro, entrar em nossos ônibus com destino ao Rio de Janeiro pra que sejam comemorados muitos outros aniversários da nossa entidade de estudantes livres: a ANEL.
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