quinta-feira, 17 de novembro de 2011

A lição do XVII Congresso de Estudantes da UFMA



No último final de semana ocorreu o XVII Congresso de Estudantes da UFMA (CEUFMA) com a participação de estudantes de todos os campi da Universidade Federal do Maranhão.
O Congresso de Estudantes da UFMA é a instância máxima de deliberação do movimento estudantil da UFMA. É neste congresso que temos debates sobre educação, conjuntura, saúde, opressões, meio ambiente, dentre outras temáticas. Infelizmente, esse não foi o retrato do XVII CEUFMA.

O Processo...
Os estudantes que se reuniram durante esse final de semana estavam dispostos a fazer um debate e politizar o congresso. Na contra-mão desse processo estava o DCE da UFMA que hoje é dirigido pela oligarquia Sarney. Longe de ser um espaço democrático e com pluralidade de idéias o congresso ainda pode contar com a estrutura burocrática montada por este setor. O congresso foi todo feito às pressas, no final de semana, com a gestão vencida há bastante tempo, sem divulgação da programação e fugindo à todas as normas do regimento interno do fórum.
Nunca na história do movimento estudantil desta universidade tivemos a situação comparada aos fatos e situações ocorridas neste último congresso de estudantes. Um congresso armado com todas as suas cartas marcadas e viciadas, refletindo todo o período de gestão do DCE-UFMA “Da unidade vai nascer a novidade”. A ausência ou esquecimento do debates é característica marcada dos fóruns de discussão da UNE nacionalmente e foi reforçado por esta gestão aqui no estado do Maranhão.
A característica desse processo assume-se por si só como um claro processo de desmobilização da base estudantil e esvaziar os fóruns do movimento. Felizmente, os estudantes estão à frente de qualquer gestão de DCE na realização de espaços de debates e politização.
Depois de um longo e demorado processo de desorganização que nos custou quase todo o congresso foi preciso pulso firme de uma comissão organizadora para tocar os trabalhos do CEUFMA. Foi preciso que todos os estudantes falassem para o DCE que queriam ter debates políticos sobre educação, saúde, movimento estudantil e uma séria discussão sobre o estatuto da entidade. Somente com essa comissão eleita em plenária foi possível a realização dos espaços do congresso, ainda sofrendo muito bloqueio por parte da burocracia que dirige o DCE da UFMA.
Depois das sucessivas tentativas de golpe, veio a cartada final! A oligarquia Sarney expressou uma clara manobra e propôs transferir a realização do congresso para uma outra data e tentando puxar as eleições para a entidade ainda este ano. Ou seja, para a atual gestão do DCE o que importaria seria tocar o processo eleitoral para a entidade e deixar de lado as lutas específicas de cada campi. Para eles, o que importaria seria mais uma vez atropelar todo o processo de construção da eleição, fraudar as eleições (como aconteceu em 2010) e engessar nossa entidade durante mais um ano.
Estava tudo dando certo! Mais um ano, a entidade iria ficar de fora das lutas nacionais e locais e continuaria de braços dados com o governo, reitoria e com a oligarquia Sarney, fazendo mais uma vez a entidade comitê político para seus candidatos.
Mas o conjunto da juventude que constrói o movimento estudantil da UFMA entendeu a manobra e desmoralizou o DCE governista e sarneísta. Os estudantes de todos os campi mostraram que querem que nossa entidade possa construir as lutas por suas demandas específicas e decidiu por ampla maioria construir um congresso para discutir o estatuto da entidade e suas pautas para os dias 2 e 3 dezembro de 2011.
Nós da Assembléia Nacional de Estudantes – Livre (Anel) repudiamos o aparelhismo e a burocratização pelo qual vem passando o DCE-UFMA. A entidade que sempre esteve na luta em defesa da universidade pública, gratuita e de qualidade hoje ela está vendida e entregue nas mãos do governo e da oligarquia Sarney.

Nossa tarefa...
Após ter saído desse processo antidemocrático com a certeza de termos estreitado nossa relação com os estudantes da UFMA na defesa intransigente da universidade, temos que divulgar e fortalecer os espaços da esquerda do movimento estudantil. Precisamos expressar a construção de um DCE livre da UFMA que represente os estudantes, que paute nossas demandas específicas e também que debata a educação pública deste país.
A lição que esse congresso nos deixa é que todos os estudantes da UFMA se somem a nós e aos demais coletivos organizados em defesa de uma universidade melhor e denunciem o entreguismo da entidade e fortaleçam a luta nos processos que virão.

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