Nesta
quarta feira (23/03) os Ludovicenses foram surpreendidos com a notícia de mais
um reajuste na tarifa de transporte. É o terceiro reajuste em menos de três
anos. No ano de 2014 o aumento foi de R$ 0,30, elevando a tarifa das linhas
integradas ao custo de R$ 2,40. Também foi extinta a "domingueira",
desconto de 50% na tarifa aos domingos. Em 2015, com um reajuste de 30%
proposto pelo Sindicato das Empresas de Transporte (SET), o valor da tarifa
subiu para R$ 2,80. A população não ficou inerte, houve muita luta contra o
aumento abusivo, em especial pelos estudantes que protagonizaram cinco dias de
fortes manifestações na capital. O prefeito Edivaldo Holanda Jr e o Governador
Flávio Dino, após as expressões de descontentamento, "reduziram" o
preço somente das passagens de nível 4, que passaram a custar R$ 2,60. Apesar
de ter sido uma grande vitória, por ter demonstrado a força das manifestações,
sabemos também que se tratou de uma jogada estratégica pra desmobilizar e
conformar a população com um aumento “menos pior”, algo que de fato aconteceu,
tendo em vista que o aumento de 0,20 permaneceu. Chega 2016 e a situação
abusiva continua com o anúncio da elevação da tarifa ao valor de R$ 2,90 a
partir dessa sexta feira (25.03), sem nenhum diálogo com a população e em um
início de feriado prolongado, justamente na tentativa de refrear as
mobilizações contra o aumento, só demonstrando o caráter antidemocrático e
autoritário do Prefeito Edivaldo Holanda Jr.
Diante
deste quadro inaceitável, o que se observa são frotas de ônibus, em sua
maioria, sucateadas, antigas, que não oferecem segurança aos passageiros e
rodoviários, que não possuem acessibilidade para as pessoas com deficiência,
além de serem desproporcionais ao contingente de usuários, gerando as
superlotações. Além disso, recentemente a prefeitura implementou o
Bilhete Único para justificar um possível aumento. No entanto, o serviço em
nada adianta, sendo restritivo no que tange às rotas dos ônibus e ao tempo
limite pro uso, sem beneficiar a população das áreas mais distantes, que são
justamente as que mais precisam. O aumento da tarifa sob tais condições, e em
uma cidade relativamente pequena comparada às demais cidades com o mesmo valor
de tarifa, configura-se como mais um duro ataque à juventude e a classe trabalhadora,
que já vem sofrendo diante da atual conjuntura política e econômica que assola
o país.
As
empresas alegam o tempo todo que não estão lucrando, que estão operando no
vermelho, e por isso precisam aumentar o valor da tarifa pra poderem prestar um
serviço melhor para os usuários. Mas se de fato estão tendo prejuízo, então por
que não abrem as contas do SET pra população ter acesso? Por que não entregam o
sistema de transporte pra uma empresa municipal que seja controlada pelos
usuários?
O que
vemos na realidade, são as expressões da política
de privatização do transporte público que acontece em todo o país. Monopólios de empresas, transferência de dinheiro público
para iniciativa privada, parcerias com as prefeituras, contas e planilhas
escondidas, tudo isso nos distancia ainda mais do transporte publico, gratuito
e de qualidade que é um direito nosso.
Ao
contrário do que é prometido, junto com o aumento da tarifa, aumentam apenas o
lucro das empresas, a precarização do serviço e a cara de pau dos empresários
do transporte e dos governantes. Mais uma
vez a prefeitura e o governo do Estado mostram pra quem eles governam. E quem
paga a conta disso, somos nós estudantes e trabalhadores.
Exigimos a revogação imediata do aumento da tarifa.
Exigimos a abertura das contas do SET e uma auditoria para
garantir a transparência para o povo.
Exigimos a volta da domingueira e que o Bilhete Único seja
ampliado, com um tempo maior para o uso e sem trajeto específico.
Que o transporte público seja administrado por uma empresa
municipal controlada pelos passageiros, motoristas e cobradores.
Que seja destinado 1% do PIB para o Transporte Público já.
Passe
livre para os estudantes e para os desempregados.
Convocamos
toda a juventude para o Ato Contra o Aumento da Tarifa, no dia 28.03, a partir
das 16h na Praça Deodoro.
Se
depender da juventude e dos trabalhadores organizados nenhum aumento passará.
Empresários e governantes aguardem, pois a ilha vai parar!
Excelente nota!!
ResponderExcluirExcelente...
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