Nesta segunda, quilombolas, indígenas e camponeses,
tendo a frente o MOQUIBOM (Movimento Quilombola do Maranhão) ocuparam o INCRA
(Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária). Os motivos da ocupação
são os mesmos que estão presentes nas lutas históricas desses sujeitos.
Os quilombolas cobram a titulação de suas terras e a
aceleração na realização dos laudos antropológicos. Os indígenas exigem a
demarcação imediata das terras onde vivem, além disso, ambos denunciam as
ameaças de morte que as lideranças vêm sofrendo.
A completa demonstração de descaso do INCRA
influenciou a iniciativa de ocupação do prédio, sendo que 10 quilombolas
entraram em greve de fome como forma de chamar atenção para a realidade que
enfrentam.
A Questão Agrária no Maranhão, caracterizada por
conflitos agrários de empresas capitalistas do agronegócio e latifundiários
contra o povo do campo, tendo como mediação o Estado com a negação e/ou
precarização de políticas públicas compõe o processo de exclusão e “massacre
silencioso” das populações camponesas.
O governo anualmente destina rios de dinheiro para o
agronegócio, enquanto que para os trabalhadores do campo o que restam são
ameaças e expulsão forçada das terras de seus ancestrais.
A luta dos trabalhadores do campo deve está
unificada a luta dos trabalhadores da cidade, afinal os sujeitos que são
expulsos do campo se refugiam nas periferias das grandes cidades em busca da reconstrução
de suas vidas. E chegando nas cidades o que encontram mais uma vez é total
descaso do Estado, que empurra-os cada vez mais para a marginalidade.
Ao invés de investir em políticas públicas como
saúde, educação e Reforma Agrária o Governo Dilma prefere aprovar medidas que
nos atacam ainda mais, maior exemplo disso são as MP’s 664 e 665 e o PL 4330,
que retiram direitos históricos conquistados a sangue e suor pelos trabalhadores
do campo e da cidade. O Governo Dilma e o PT mais uma vez mostram que não
governam para o povo, mas sim para a burguesia, empresários, banqueiros e
latifundiários.
É necessário que se coloque a situação da juventude trabalhadora
do campo e da cidade que desde cedo saem em busca de emprego, sendo impedidos
de concluírem os estudos e são esses jovens que majoritariamente estão atuando
em postos de trabalhos mais precarizados. Hoje a maioria dos trabalhos
terceirizados, como o telemarketing ou os trabalhos semiescravizados, como o
corte de cana-de-açucar é ocupado por jovens. Se formos fazer um recorte, nos
dois casos tratam-se de jovens negros.
Especificamente em relação ao trabalho terceirizado, basta olharmos uma sala de telemarketing ou os trabalhadores dos serviços gerais dos prédios públicos que vemos que se tratam basicamente de mulheres, negros e lgbt’s, ganhando um recorte de raça, gênero e orientação sexual. Os sujeitos mais oprimidos da sociedade são também os mais explorados e semiescravizados. A redução da maior idade penal também é um ataque direto a juventude pobre e negra da periferia.
Por isso, a ANEL se solidariza com luta dos
companheiros quilombolas, indígenas e camponeses. É hora da juventude, os trabalhadores
do campo e da cidade unificarem ainda mais suas lutas e dizer ao governo que queremos
mudanças concretas de vida e nenhum direito a menos!
Pela imediata titulação e regularização das terras
remanescentes de quilombo!
Pela demarcação das terras indígenas!
Por uma Reforma Agrária radical, que exproprie os
latifúndios sem indenização!
Por mais políticas públicas para o campo e cidade!
Abaixo a redução da maior idade penal!
A juventude negra deve ter direito ao futuro!
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