sábado, 9 de maio de 2015

Insegurança na UFMA: restrição e criminalização não é a solução


               Nas últimas semanas estamos acompanhando um aumento significativo da violência em São Luís. A falta de políticas públicas, principalmente para a juventude, faz com que esses índices cresçam absurdamente, uma vez que a ocupação do tempo da maioria desses jovens não são preenchidos estando em escolas, universidades, projetos sociais, formação profissional e empregabilidade. Os assaltos intensos no transporte coletivo e os assassinatos ocorridos cotidianamente, mostram com mais evidência que a cidade de São Luís continua sendo uma das mais violentas do mundo.   



              Esse problema também tem se refletido dentro da Universidade, tendo em vista que a instituição não é isolada do todo. Os muitos assaltos dentro da UFMA nas semanas anteriores mostram que a segurança da universidade é insuficiente e ineficaz, mesmo com todas as 172 câmeras de monitoramento e mais 68 seguranças que atuam no campus do Bacanga ("segundo" os dados do site da instituição). O modelo de segurança adotado pela Universidade, segue sendo o de proteção ao patrimônio físico/estrutural da universidade em detrimento da proteção da comunidade acadêmica e das comunidades adjacentes 

            Como resposta à essa situação, na última segunda-feira (04/05), ocorreu uma reunião convocada pela reitoria da UFMA, e como encaminhamento, deliberaram por uma intervenção da Secretaria de Segurança Pública do Estado do Maranhão. Ou seja, tudo indica que a Polícia poderá atuar dentro do Campus. Sabemos, no entanto, que a polícia nos moldes como é estruturada não resolve o problema da violência e muito menos significa segurança para a população. Pelo contrário, atua criminalizando os movimentos sociais e de forma repressiva à periferia, agredindo e matando negros e negras pobres.  

         Do mesmo modo, @s estudantes foram surpreendidos na segunda-feira com a interrupção do wi-fi. Somente na terça-feira, a Universidade divulgou uma nota alegando que a rede passava por manutenção. Já na quinta, uma nova nota foi lançada informando que a rede sem fio passaria, a partir de sexta-feira, a ser utilizada através de login e senha do sistema. É importante destacar que não houve nenhuma consulta prévia à comunidade acadêmica sobre esta restrição e ainda assim a administração superior da UFMA de forma autoritária implementou tal medida. 


          "A Universidade da inclusão social" cada vez mais tem fechado suas portas para àqueles que deveriam ser priorizados por ela. A função social que a universidade deveria cumprir, vem sendo historicamente abandonada, basta nos questionarmos quantos projetos de ensino, pesquisa e extensão m sido oferecido nas comunidades ao redor, ou quantos programas sociais e espaços a universidade possui para envolver as pessoas destas comunidades. 

         É  preciso que a segurança da Universidade seja discutida com todas as pessoas que fazem parte dela. Somente assim, teremos um espaço de fato democrático e seguro. Do mesmo modo, é necessário que se garanta um novo modelo de segurança pública, desmilitarizando a polícia e colocando-a sobre o controle dos trabalhadores/as; exigir politicas públicas para toda a população, como o acesso à educação pública, gratuita e de qualidade; formação profissional que garanta emprego e renda; fomentação de cultura, esporte, lazer e etc. para que a juventude possa ter direito ao futuro. 

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