quarta-feira, 8 de abril de 2015

4º ato contra o aumento da tarifa em São Luis: continuar nas ruas até a revogação total!

Pela quarta vez em duas semanas a juventude foi ás ruas da capital São Luís, para denunciar o absurdo aumento nas passagens de ônibus. Tanto o aumento das passagens, as péssimas condições do transporte público, com ônibus cada vez mais lotados, quanto os baixos salários de motoristas e cobradores são reflexos da privatização desse setor em todo o país.



O ato desta terça-feira, assim como os anteriores, contou com a presença de jovens e trabalhadores, em sua grande maioria, estudantes secundaristas e universitários de várias escolas e universidades.
A realização dos atos foi impulsionada a partir da criação de uma frente de luta contra o aumento. Esta frente de luta conta com a participação de movimentos estudantis e sociais e com independentes. E a ANEL está, desde o início na construção desta frente, porque entendemos que é necessário que nos organizemos de forma cada vez mais massiva para derrubar esse aumento.

Como se trata de uma frente de luta é normal que os movimentos que a constituem tenham princípios e políticas de atuação diferentes. Nos, da ANEL estamos abertos a construir frentes de luta com outros movimentos, porém, não podemos omitir para os estudantes a verdade sobre o papel que alguns desses movimentos cumprem atualmente dentro do movimento estudantil.

No ato de hoje, quando foi dado o microfone para realização de uma fala a uma de nossas companheiras, muitos integrantes de outros movimentos como UNE, UBES e UJS tentaram de todas as formas impedir a conclusão da fala. E isso porque a fala fazia uma abordagem a respeito da conivência entre os governos estadual e federal com as empresas de transporte que culmina na precarização do serviço e no aumento da passagem, além de fazer a denúncia direta da parceria entre UNE, UBES e governo.

Nem precisa ter boa memória para lembrar que, a cerca de dois anos a meia-entrada - que é o direito que estudantes tinham de pagar só metade de ingressos para cinemas, shows e teatros - foi restrita, se antes pagávamos metade, hoje pagamos 60% do valor dos ingressos. Essa restrição não surgiu do nada, ela foi fruto de negociações entre o governo e a União Nacional de Estudantes. Ao invés de estar com os estudantes nas ruas para impedir a restrição da meia entrada, a UNE estava no gabinete do governo tomando cafezinho e zombando dos milhares de estudantes filhos de trabalhadores que terão dificultado o acesso a espaços que só são frequentados pelos filhos dos ricos.

Marchamos hoje com a UNE pela redução da passagem, mas não podemos esquecer as traições que esta entidade vem cometendo ao longo dos anos com os estudantes. Como pode em um momento está na rua dizendo lutar pelos direitos estudantis e em outro momento estar em gabinetes do governo e de reitorias, articulando ataque aos direitos dos próprios estudantes? Faz sentido isso? A UNE que se decida, ou continua frequentando gabinetes ou rompe de vez com o governo e venha construir de fato as lutas dos estudantes.

No momento em que a companheira da ANEL estava fazendo a fala, aos berros e gritos de forma totalmente descontrolada integrantes da UNE  e UBES foram literalmente em cima para impedir a fala, inclusive desligando o microfone. Atitudes como esta, vindo de UNE e UBES não surpreendem, mas não podemos deixar de denunciar a atitude antidemocrática, covarde e pior que isso, machista com a qual procederam em relação à companheira. Lutamos em todos os espaços contra atitudes machistas, principalmente os casos que ocorrem dentro do movimento estudantil, esta é uma de nossas principais bandeiras.

Fora esta atitude machista, o que mais surpreendeu foi a reação dos estudantes a essa atitude. Os estudantes, presenciando a situação se colocaram contra a atitude desses movimentos saindo em defesa da companheira. Com frases como “Deixa ela falar!” e “Cadê a liberdade de expressão?” os estudantes deram um exemplo de uma real manifestação democrática.

Seguimos na luta contra o aumento, até agora foram revogados 20 centavos do valor da passagem, mas queremos mais, queremos passe livre estudantil, queremos um transporte gratuito e de qualidade, com investimento público e a destinação de 2% do PIB para a estatização do transporte.
Esse é só o início do despertar da juventude! E esse movimento já é vitorioso, pois ele mostra o potencial que a juventude tem de lutar por seus direitos, de abandonar os movimentos traidores e construir novos sonhos. Hoje mais que nunca, afirmamos: amanhã vai ser maior!




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