quinta-feira, 31 de março de 2016

Lutar contra o aumento, mas sem burocracia e traição no movimento

As manifestações contra o aumento da tarifa em São Luis – Ma vem tomando as ruas do centro da cidade desde a última segunda-feira, dia 28 de março. Os atos estão sendo convocados pela Frente de Luta pela Mobilidade Urbana na Grande Ilha, que é composta por diversas entidades, dentre elas, a ANEL.




No primeiro ato, cerca de duas mil pessoas foram às ruas em defesa do transporte público de qualidade e exigindo a revogação do aumento da passagem de 2,60 para 2,90. Ao final do ato foi feita uma plenária com todos que participaram para decidir qual seriam os próximos passos do movimento. Foi deliberado por fazer o mesmo formato de ato, com concentração na Praça Deodoro, parada na Ponte São Francisco, ida até a Prefeitura e ocupação do Terminal da Praia Grande e que o eixo central dos atos seriam contra o aumento e de denúncia ao prefeito Edivaldo Holanda Junior que é em ultima instancia responsável por tudo, principalmente por ter assinado um decreto que coloca o Sindicato das Empresas de Transporte – SET com total autonomia para reajustar as tarifas ao seu bel prazer.


Tivemos acordo com as deliberações, mas defendemos a linha de manter a nossa liberdade enquanto entidade autônoma e nisso fazer a denuncia das entidades governistas, que apoiam tanto o governo de Edivaldo Holanda Junior, como também o governo Flávio Dino que também tem parte em tudo isso. Nossa entidade não vê motivos para fazer uma unidade e ficar calada perante todos os ataques feitos dando nome aos culpados. Isso foi feito, nos mantivemos enquanto uma entidade LIVRE e não arredamos o pé pra quem de alguma forma tem rabo preso com governos.


No segundo dia de Ato (29/03), fomos surpreendidos por uma série de atitudes burocráticas, machistas e antidemocráticas da UJS, JSB, UEE, UNE e UBES. Logo na concentração do ato, houve uma tentativa de mudar o percurso que tinha sido deliberado na assembleia do dia anterior, depois, durante todo o percurso da manifestação, tentaram de todas as formas possíveis monopolizar o microfone e o carro de som, cerceando, inclusive, algumas falas. Estas posturas foram por diversas vezes denunciadas, mas ainda assim, de forma autoritária passaram por cima das decisões coletivas fazendo outro percurso, deixando de ir para a prefeitura numa tentativa clara de blindar os governantes. Logo no final do ato, na plenária de avaliação e deliberação tudo já sinalizava que essas entidades estavam ali para defender os governos municipal e estadual - Como sempre fizeram - e não do lado da estudantada se comprometendo com a luta pela revogação do aumento das passagens.


É notório que as entidades históricas do movimento estudantil supracitadas, desempenham um papel de defesa dos governos com as quais possuem vínculos, participando de Secretarias e sem independência financeira e política, afinal de contas, quem paga a banda, escolhe a música.  Na plenária para deliberação ao final do ato foi proposto pela ANEL radicalizar na manifestação do dia seguinte, fazendo um ato pela manhã e trancando a barragem do Bacanga, proposta diferente da UNE/UBES/UEE/UJS. Na votação, a proposta da radicalização venceu com ampla diferença.


Mesmo perdendo na votação, as entidades não se conformaram e utilizaram de todas as tentativas para emperrar, desmobilizar e encaminhar outra proposta. Como não conseguiram, chamaram e divulgaram um ato para a tarde do dia 30.03, e boicotaram o ato pela manha na Barragem do Bacanga. Esta atitude que já inclusive muito conhecida demonstra que assim como tem sido nos últimos anos, confirmam que essas entidades nada mais são do que traidoras dos estudantes e dos trabalhadores. Diversos golpes são aplicados por elas para tentar frear a luta dos estudantes! São golpistas e fazem conchavos pra trair a nossa luta\! Não devemos ter nenhuma confiança que elas vão estar do nosso lado! Fazem apenas “acordos de cavalheiros” pra soar dialogo entre aqueles que estão em luta! Mas a traição anda sempre de mãos dadas com elas! Que os estudantes dessa cidade não aceitem que sua luta seja traída e que essas entidades que nos apunhalam sejam rechaçadas e que jamais possam falar em nome da luta!


Para nós, está nítida a tentativa de desmobilização e não respeito ao espaço democrático que deve ser uma Frente. Não podemos de maneira nenhuma compactuar com atitudes de machismo e agressividade contra quaisquer pessoas que constroem as manifestações contra o aumento, como foi a tentativa deles tentarem silenciar aqueles que indignados estavam. A ANEL esteve na defesa de que todas as indignações, não importando quais fossem pudessem ser colocadas! Não podemos calar os estudantes como faz a UJS! Que todos os estudantes e indignados possam usar sua voz pra dizer o que pensam!


Estamos nessa Frente por uma plataforma comum que é a exigência da revogação do aumento, porém, não admitiremos que atitudes como essas se repitam. Não estamos dispostos a fortalecer uma Frente com entidades burocráticas e antidemocráticas. Foi assim que decidimos não participar do ato convocado por eles na tarde de quarta (30).


Precisamos fortalecer uma unidade que respeite as decisões dos espaços de decisões coletiva, que acate os encaminhamentos e não aja de forma espontânea para desmobilizar e enfraquecer o movimento contra o aumento da passagem em São Luís. Este é nosso objetivo e continuaremos dispostos a levantar a bandeira da luta e defesa dos nossos direitos. Nesse sentido entendemos que está mais do que hora de fortalecer as lutas da juventude e dos trabalhadores contra o aumento e radicalizar os atos. Só assim conseguiremos a revogação da tarifa!


Estudantes Livres contra o aumento! Contra boicotes e entidades traidoras!

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