Foram os mesmo ventos daquele
maio de 68 que se instalaram no ultimo mês de maio, nos corredores do curso de
Direito da UFMA, pelo menos no que diz respeito à resistência e ao firme
sentimento de que mudanças são possíveis. Usando como barricadas a organização
estudantil e a poesia, o Coletivo Os Lírios Não Nascem da Lei, ousou subverter
a ordem (im) posta, há anos, pelos generais que a mão de ferro comandavam o
curso.
Os estudantes do curso de Direito
foram as ruas do campus denunciar as irregularidades do curso que está imerso
na improbidade administrativa, na
anti-democracia e no assédio moral aos que contestavam a condução do curso. O
Coletivo ajudou a construir as Assembléias estudantis que deliberam pelo Dia de
Luto do Curso de Direito UFMA, uma dia para lamentar as condições em que se
encontrava o curso e exigir medidas da Reitoria e dos órgãos competentes (DPU,
MPF, CGU) para apurarem as denúncias. Um luto que representou o ultimo minuto
de silêncio dos estudantes do curso, que mostraram disposição para lutar por um
novo curso de Direito.
Os Lirios, como são mais conhecidos
no curso, nasceu numa época em que era preciso resistir. Sua trajetória é
marcada pelas palavras reorganização e resistência. Era preciso organizar os
estudantes a se contraporem aos problemas que ocorriam dentro e fora das salas
de aula do curso: processos seletivos de professores irregulares, denúncias de
racismo e discriminação dentro das turmas, perseguição a estudantes que se
contrapunham aos ditames dos professores do curso, etc. E era preciso resistir
a todas as formas que a Administração do Curso usava para calar e desmobilizar
os estudantes e também a apatia da então gestão do Centro Acadêmico.
Assim, eles ousaram poesia, onde
apenas havia silêncio. Eles ousaram lutar, onde apenas havia medo. Com claras
propostas de um novo curso de Direito, que reivindica uma gestão baseada na
transparência e na democracia, com a ampla participação estudantil; que reivindica
também um novo ensino, para um novo direito, mais próximo dos movimentos
sociais e dos trabalhadores e ousa reivindicar poesia, em meio aos frios
códigos que carregam as leis, como alternativa a distância que muitas vezes o
Direito têm da sociedade, do sentimento, do real, o Lírios se candidata as
eleições da Diretoria do Centro Acadêmico I de Maio.
Os Lírios ousaram colorir os
cinzentos corredores do curso de Direito da UFMA de verde, da cor da esperança!
Por tudo isso, nós da ANEL-MA apoiamos o Coletivo os Lírios não Nascem da Lei
com quem já estamos construindo as lutas dentro e fora da Universidade, como a
luta em defesa da educação pública, gratuita e de qualidade, com investimento
de 10% do PIB na Educação Pública, luta contra a burocratização e aparelhamento
do DCE-UFMA pela reitoria e a oligarquia Sarney, na luta em defesa do
transporte público e de qualidade, a luta em defesa das comunidades quilombolas
tradicionais pela imediata demarcação de suas terras e efetivação de seus
direitos.
É nesse solo fértil que estão sendo plantadas
as sementes de luta que germinarão com cada vez mais estudantes juntos. Nos
dias 11 e 12 de junho acontecerão as eleições do CAIM e este será mais um
espaço de reafirmação do compromisso de luta. A ANEL reafirma seu apoio ao Os
Lírios não nascem da Lei nessas eleições e também nas lutas vindouras, pois
como dize do maio de 68: “Os que se deixaram levar pelo entusiasmo daquele ano
sentiam que, enquanto o mundo morria, outro estava nascendo.”
O novo pede passagem!
Nenhum comentário:
Postar um comentário