#NegociaJaNatalino!!!
Por Micael Carvalho
Depois de muitas
tentativas de negociação com a administração superior da UFMA o movimento
estudantil da UFMA voltou a ser protagonista de um grande e vitorioso
movimento. A realização da Assembleia Geral e a própria ocupação da Reitoria já
é uma grande vitória para o movimento estudantil da UFMA. Agora é nacionalizar
essa grande e importante luta em defesa da Assistência Estudantil de qualidade.
No dia 07 de maio, às
15 horas, aconteceu na área de vivência da UFMA a Assembleia Geral de
Estudantes, contando com a participação de cerca de 200 estudantes. Um marco
histórico para o Movimento Estudantil da UFMA, que há tempos não via
manifestações assim. Existe hoje uma universidade mobilizada e conta como ponto
de apoio as entidades estudantis, como o DCE, além das residências estudantis
organizadas.
A Assembleia Geral
deliberou pela entrega da pauta de reivindicações na reitoria. Por volta das 17
horas, todos os estudantes partiram para o prédio da administração superior da
UFMA, mas as portas do gabinete do Reitor se encontravam fechadas e com
seguranças armados. Deu-se a continuação da assembleia no hall do prédio, onde
se deliberou, por volta das 17:30, pela ocupação da reitoria até que a
administração superior da UFMA sente e se disponha a negociar com os
estudantes. Até agora o movimento não teve uma resposta sequer da reitoria, a
não ser tentar criminalizar o movimento, lançando uma absurda nota no site da
universidade. O movimento segue firme em tentar negociar com a reitoria da
universidade.
É hora de construir outro projeto de educação
Na verdade, a ocupação
reflete o descaso do governo federal nos últimos 5 anos com a implementação do
Reuni nas universidades públicas federais. Um programa que já trazia em sua
essência graves problemas, no que concerne a verba, infraestrutura suficiente e
condições de permanência dentro das universidades federais. A greve da educação
foi reflexo dessa precária condição imposta pelo governo e reafirmada pela
União Nacional dos Estudantes (UNE). Durante 5 anos de implementação desse
programa temos uma avaliação que hoje é feita nas ocupações e mobilizações
estudantis Brasil a fora: a farsa de um programa do governo do PT que em seus
10 anos de governo (Lula e Dilma) não trouxe avanços para os estudantes e muito
menos para os trabalhadores.
Os estudantes da UFMA,
através do DCE tem resgatado parte importante da história de luta do movimento
estudantil. Os estudantes estavam desacostumados com a luta, ocupações e
mobilizações. Estavam acostumados com a apatia e conformismo imperado pela UNE
nas últimas gestões do DCE. Nós da Anel temos orgulho de fazer parte de uma
gestão com vários companheiros do movimento estudantil local que não pararam na
história igual a velha entidade e são parte do resgate da tradição de luta.
Hoje a reitoria se espanta com a ocupação e a repercussão que a mesma ganhou em
tão pouco tempo e o maciço apoio estudantil que recebeu.
Nós achamos que mais
ocupações iguais a essas precisam acontecer nos próximos meses nas
universidades públicas brasileiras, pois são demandas estudantis que hoje não
estão sendo abarcadas pelos programas federais.
A Anel não só
manifesta seu apoio a ocupação da UFMA, como também é parte consciente de uma
luta política na reconstrução de um novo movimento estudantil. E queremos
dialogar com os companheiros e companheiras da esquerda da UNE que também sejam
parte consciente desse processo. Nós achamos que toda unidade precisa se dar
cada vez mais com iniciativas na base e que aprofundem o processo de
reorganização. Todas as iniciativas da Anel aqui na UFMA e nas demais
universidades tem sido no intuito de reforçar a mobilização dos movimentos de
casas, dos centros e diretórios acadêmicos. Construir um outro projeto de
educação passa diretamente pela mobilização e articulação com o movimento
estudantil. Nós já vimos que a falta de verbas foi parte significativa dos problemas
causados pelo Reuni e são as mesmas limitações do atual PNE do governo, que não
investe 10% do PIB imediatamente. Logo é preciso construir um projeto que
reflita a demanda da classe trabalhadora brasileira.
É preciso nacionalizar as lutas e construir um grande
Congresso
Para nós uma
iniciativa muito importante nas próximas semanas é do dia 17 de maio (17-M). A reunião com o MEC está no marco e realização
de um grande espaço do movimento estudantil nacional reunir com o governo,
apontado a perspectiva de garantia de mais investimentos em Assistência
Estudantil. Essa precisa ser uma luta nacional e já foi deliberada na
Assembleia Geral aqui na reitoria a participação do movimento estudantil da
UFMA nessa reunião, bem como uma grande atividade no dia 17 de maio aqui na
universidade.
As lutas por mais verbas
para Assistência Estudantil, bem como outras importantes lutas não passarão
pelo Congresso da União Nacional dos Estudantes. A UNE tem cada vez mais
ligações com o governo e o seu Congresso está distante de refletir as lutas que
acontecem nas escolas e universidades, como é o caso dessa ocupação. Aqui a UNE
não apoiou, pois entraria em conflito com a reitoria da UFMA. Ou seja, é uma
luta que está mais uma vez distante da velha.
Essa é uma luta, assim
como a luta contra a EBSERH que estará presente no Congresso da Anel. Nossa
entidade tem cada vez mais sendo um ponto de apoio para as lutas que se chocam
contra os governos, reitorias, diretores e um longo etc. Queremos que o nosso
Congresso se transforme numa grande ocupação com muitas faixas, bandeiras,
cartazes e intervenções características da juventude brasileira. É esse o
congresso que nós queremos construir. Um Congresso do tamanho das lutas e dos sonhos
da juventude.
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