Por Neylson Oliveira,
da Executiva Estadual da ANEL e do CAFIL
O ano 2014 já se iniciou com exemplos bem claros para nós do
quanto à luta e mobilização dos trabalhadores é importante. Do início do ano pra cá, categorias
demonstraram isso de uma forma exitosa, deixando claro que não há outra forma
de que se alcancem melhorias para os trabalhadores, senão por meio da luta.
Foram os garis do Rio nosso maior exemplo para hoje. Uma
categoria majoritariamente negra, e fortemente explorada e oprimida
principalmente no que se refere ao seu próprio trabalho. Também foram os
metroviários de Porto alegre, os trabalhadores da COMPERJ-RJ, e os Garis agora
em recife que nos dão essa certeza de que é preciso lutar e de que é possível
vencer.
No Maranhão, desde a quarta-feira (26/03) foi deflagrado
greve da Policia Militar do Maranhão e desde então, uma serie de mobilizações
em toda a categoria vem acontecendo. Inicialmente os policiais estão acampados
no pátio da Câmara Municipal de são Luís. Eles reivindicam cumprimentos dos
acordos feitos em 2011, reajuste salarial, melhores condições de trabalho, pelo
fim da lei do cão.
Durante todo o processo em que os movimentos sociais foram
pras ruas, inclusive nós, os PM’s estavam no lado oposto ao nosso, e por vezes
foi impossível o enfrentamento, e a repressão em alguns casos foi bastante
intensificada. Essa situação gera certa diversidade de opiniões e que por vezes
alguns militantes tendem a condenar e não apoiar os policiais nesse momento.
Precisamos ressaltar que temos um laço de aproximação com a PM e esse laço é
justamente o laço da nossa classe, da classe trabalhadora. E é por este motivo
que destacamos a importância que esse movimento de greve tem e o quanto esse
movimento é progressivo, pois trouxe à tona a necessidade de organização inclusive
dos policiais militares, quando começaram a perceber que tinham um trabalho
totalmente precarizado, condições de trabalho completamente exploratória, e
desvalorização total de sua categoria e decidiram estar juntos para lutar
contra isso.
A ANEL presta todo seu apoio e solidariedade aos policiais
militares, sabendo da importância de estar junto das inúmeras categorias da
classe trabalhadora, sempre que ela se levanta para questionar seu opressor, no
entanto, precisamos enfatizar que é necessário um amplo defesa da desmilitarização
da PM que ainda hoje tem suas bases nos primórdios da ditadura militar, e que
precisamos romper com essa estrutura que não serve mais, senão para continuar oprimindo e
exterminando o povo pobre, sobretudo os negros da periferia.
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