A Universidade Federal do Maranhão – UFMA, assim como as
demais universidades brasileiras, passaram por um inúmero processo de expansão, especialmente depois que o REUNI, Programa de Reestruturação das Universidades Federais foi
implementado. Hoje a UFMA conta já com campus em oito cidades . Em Imperatriz,
onde já existem dois campi, um no Centro e outro no bairro Bom Jesus, além de Bacabal,
Codó, Grajaú, Chapadinha, São Bernardo, Pinheiro e o mais recente criado em
Balsas.
Enfrentamos um grande processo de lutas e mobilizações nas
universidades por todo o Brasil para impedir que o REUNI fosse implementado,
considerando a forma em que o projeto era colocado o que nos levava a concluir
que se tratava nada menos de que uma
politica consciente do governo federal de precarizar ainda mais o ensino
superior e suas respectivas universidades publicas. Não sem razão, hoje podemos
ver as consequências deste projeto.
Um pouco sobre o REUNI
Esse programa foi aprovado em 2007 que previa a ampliação do
ensino superior. No entanto, sequer o decreto deixava claro que as condições
para que essa expansão de fato ocorresse fosse feito de maneira a proporcionar
a melhor qualidade no ensino. Pelo contrário, o que se pode constatar ao longo
dos anos foi o um verdadeiro crescimento e inchaço das universidades sem condições de manter os estudantes que
adentraram com estruturas suficientemente boas para atendê-los.
Este mês fazem 7 anos que o REUNI foi aprovado, e suas
consequências dentro das universidades ainda são visíveis, e seus inúmeros
problemas também.
A UFMA e a Expansão
Não diferente do resto do Brasil, a UFMA se expandiu de
forma completamente irresponsável, onde todos dos campi iniciaram suas aulas
sem que a estrutura do campus estivesse totalmente preparada e equipada para
receber os cursos professores e docentes. Todos os campi da UFMA iniciaram suas
atividades apenas com salas de aula minimamente, já que o REUNI tratava da
ampliação de vagas e cursos. Onde foi pensada a assistência estudantil, casa de
estudante, restaurante, assistência financeira, creche, transporte, na
instalação dos campi da UFMA? Os laboratórios necessários no campus, onde foram
pensados? O quadro e o corpo docente de cada campus foram pensados?
A repostas a essas perguntas é apenas uma negativa carregada
de certeza. Após todo esse tempo é que alguns dos campi estão concluindo as
obras do Restaurante universitário, alguns sequer têm casa para estudantes,
muito menos creches. E se fizermos um levantamento veremos que tem estudante já
próximo de concluir o curso que em nenhum momento pisou no laboratório.
Essa é a politica de expansão para as universidades. Fazer
do ensino superior uma mera fábrica de diplomas e oferecer um ensino sem
qualidade aos seus estudantes.
A luta no campus de Imperatriz
A realidade no campus de Imperatriz hoje não
é muito diferente dos demais campi da UFMA. Falta muito pra se chegar a uma
universidade de qualidade expansiva. Os estudantes deste Campus têm
enfrentado grandes dificuldades para permaneceram na UFMA, dando continuidade
no curso.
Na manhã desta segunda-feira, os estudantes montaram
acampamento em dentro do campus Bom Jesus, os estudantes ocuparam o campus Bom
Jesus para reivindicar seus direitos à assistência, educação, contratação de
professores, restaurante universitário com valor acessível, casa de estudante
no campus, internet de qualidade, transporte. Nada além daquilo que a
universidade tenha por obrigação garantir e, no entanto, foge perante sua
responsabilidade.
Nós da Assembleia Nacional de Estudantes Livres - ANEL, que
desde sempre denunciamos a irresponsabilidade da Reitoria da UFMA na aplicação
dessas políticas de expansão acompanhada de falta de estrutura e condições para
garantir uma educação pública gratuita e de qualidade, e que na verdade tenta
de forma impositiva, sem nenhum meio de ouvir a comunidade acadêmica sobre os
possíveis impactos que podem resultar suas ações, queremos prestar toda nossa
solidariedade aos estudantes e Imperatriz que ocupam o campus do Bom Jesus, e
nos colocando sempre à disposição para estar nas lutas em defesa de uma UFMA e
de uma educação pública que represente e responda de fato os anseios de seus
estudantes, professores e servidores. Denunciamos ainda o completo
autoritarismo com o qual o reitor Natalino Salgado se utiliza nessa
universidade não dialogando com os estudantes.
#Nas ruas somos sonhos e lutas. O Futuro é agora!
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