Na última
sexta-feira, dia 15 de agosto as ruas da capital maranhense foram tomadas por
centenas de estudantes num ato show organizado pelo MEI (Movimento Estudantil
Independente)/CES (Central Estudantil), movimento estes que de independente não
tem nada. É notório o atrelamento dessas e de outras entidades (AMESU, CES, UBES, UNE, AMES, etc)
que só servem para fabricar carteirinhas de meia-passagem/meia-entrada e
promover festas.
O ato ocorreu
em comemoração ao dia do estudante (11 de agosto), mas o que poderia ser um ato
para denunciar as condições precárias da educação no município e no Estado, se
tornou uma espécie de carnaval fora de época com direito a trio elétrico para
garantir a micareta. Não podemos duvidar da intrínseca relação que essas
entidades têm com a Prefeitura Municipal de São Luis e a SMTT (Secretaria
Municipal de Trânsito e Transporte).
O Movimento
Estudantil Independente (MEI), em seu site, diz que a entidade é uma “organização
sem fins lucrativos que representa o interesse dos estudantes e que tem fins
cívicos, culturais, educacionais, desportivos e sociais. Fundada em 2004, tem
como atividade a tiragem de carteiras de estudante, com benefício de Meia
Passagem em transporte coletivo e meia entrada em eventos entre outras ...” Na
prática essa entidade tem com único fim os grandes lucros gerados com a emissão
dessas carteiras. Usam o direito conquistado historicamente pelos estudantes na
grande greve de 1979 como moeda de troca para garantir seus benefícios
individuais. Se o MEI é tão independente
assim, porque não convocou os estudantes para lutar contra o aumento de R$ 0,30
centavos na passagem em São Luis? Se a entidade acima representa o interesse
dos estudantes, porque então nunca se pronunciou quando o sistema de recarga
fica horas e horas (e as vezes até dias) sem funcionar? A resposta é única: servem todas como centros
de eventos/festas e fábricas de identificação estudantil.
No final do ato show, o representante do MEI,
Vitor, concedeu uma entrevista bastante conivente com a prefeitura, atacando a greve dos professores da educação básica da cidade. Não
nos surpreende esse tipo de discurso dessas entidades, sabemos muito bem que
sem independência financeira, não há independência política. Se são financiados
pelo governo, é claro que não irão se posicionar contra a política de Edivaldo
Holanda Junior (PTC), prefeito de São Luis.
Mais uma vez
viemos em público denunciar e repudiar veementemente essas entidades que de
nada serve para organizar a luta dos estudantes e defender o interesse desse
segmento da sociedade. Reafirmamos ainda, nossa solidariedade e apoio às
professoras e professores que permanecem em greve por mais de 80 dias e em ocupação
da prefeitura por quase 120 horas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário