segunda-feira, 18 de agosto de 2014

Nota de repúdio às entidades fabricantes de carteirinhas de São Luis


Na última sexta-feira, dia 15 de agosto as ruas da capital maranhense foram tomadas por centenas de estudantes num ato show organizado pelo MEI (Movimento Estudantil Independente)/CES (Central Estudantil), movimento estes que de independente não tem nada. É notório o atrelamento dessas e de outras entidades (AMESU, CES, UBES, UNE, AMES, etc) que só servem para fabricar carteirinhas de meia-passagem/meia-entrada e promover festas.

O ato ocorreu em comemoração ao dia do estudante (11 de agosto), mas o que poderia ser um ato para denunciar as condições precárias da educação no município e no Estado, se tornou uma espécie de carnaval fora de época com direito a trio elétrico para garantir a micareta. Não podemos duvidar da intrínseca relação que essas entidades têm com a Prefeitura Municipal de São Luis e a SMTT (Secretaria Municipal de Trânsito e Transporte).

O Movimento Estudantil Independente (MEI), em seu site, diz que a entidade é uma “organização sem fins lucrativos que representa o interesse dos estudantes e que tem fins cívicos, culturais, educacionais, desportivos e sociais. Fundada em 2004, tem como atividade a tiragem de carteiras de estudante, com benefício de Meia Passagem em transporte coletivo e meia entrada em eventos entre outras ...” Na prática essa entidade tem com único fim os grandes lucros gerados com a emissão dessas carteiras. Usam o direito conquistado historicamente pelos estudantes na grande greve de 1979 como moeda de troca para garantir seus benefícios individuais.  Se o MEI é tão independente assim, porque não convocou os estudantes para lutar contra o aumento de R$ 0,30 centavos na passagem em São Luis? Se a entidade acima representa o interesse dos estudantes, porque então nunca se pronunciou quando o sistema de recarga fica horas e horas (e as vezes até dias) sem funcionar?  A resposta é única: servem todas como centros de eventos/festas e fábricas de identificação estudantil.

 No final do ato show, o representante do MEI, Vitor, concedeu uma entrevista bastante conivente com a prefeitura, atacando a greve dos professores da educação básica da cidade. Não nos surpreende esse tipo de discurso dessas entidades, sabemos muito bem que sem independência financeira, não há independência política. Se são financiados pelo governo, é claro que não irão se posicionar contra a política de Edivaldo Holanda Junior (PTC), prefeito de São Luis.


Mais uma vez viemos em público denunciar e repudiar veementemente essas entidades que de nada serve para organizar a luta dos estudantes e defender o interesse desse segmento da sociedade. Reafirmamos ainda, nossa solidariedade e apoio às professoras e professores que permanecem em greve por mais de 80 dias e em ocupação da prefeitura por quase 120 horas. 

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