Na última sexta-feira (27/03), a juventude e os trabalhadores de São Luís foram surpreendidos com o anúncio de um aumento estipulado em 16% na passagem dos ônibus. É sempre o mesmo discurso, a prefeitura anuncia o aumento e promete melhorias na "qualidade" dos transportes, todavia, o serviço prestado continua análogo. Não podemos esquecer que há 9 meses a Edivaldo Holanda empurrou para a população um aumento de 30 centavos na passagem, com a promessa de que a frota seria renovada com 250 novos ônibus. Na prática, o que se observou foi apenas a chegada de coletivos sucateados (inclusive os biarticulados) e aproveitados de outras cidades como Curitiba, mudando apenas a pintura. Além disso, foi suspensa a “domingueira”, onde aos domingos, a tarifa ficava mais barata. Tais ações constatam a velha forma de administração da prefeitura, eleita com a promessa de trazer a “nova política”. O mesmo de sempre.
O aumento da tarifa foi só mais um dos ataques aos direitos da classe trabalhadora, cultivados e promovidos pelo governo de Dilma/PT. A taxa de juros subiu, a gasolina e a energia sofreram um reajuste absurdo, o Governo Federal apresentou um pacote com restrições aos direitos previdenciários com cortes bilionários nas áreas sociais. Só na educação foram R$ 7 bi, o que aprofundou ainda mais o processo de precarização das universidades e escolas. As demissões na indústria, em especial no setor automotivo, são o pesadelo de milhares de famílias.
O transporte coletivo enquanto serviço público é um direito fundamental para o conjunto da população. É através deste serviço que a juventude e os trabalhadores garantem seu acesso ao trabalho, escola, universidade, lazer e etc... . A “qualidade” do transporte é inversamente proporcional ao alto valor que pagamos pela passagem. Está cada dia mais difícil enfrentar esta realidade. Ônibus superlotados, velhos e quebrados, horas e horas à espera do transporte e passagem absurda são alguns elementos que tornam o direito de ir e vir cada vez mais inacessível.
Fora os problemas técnicos, há também uma grande contradição: se é um serviço PÚBLICO, os cidadãos, que pagam altos impostos em tudo o que compram, deveriam ter acesso integral e gratuito. A questão é que o transporte é feito de forma terceirizada, e as empresas não se importam com o poder aquisitivo da maioria dos usuários, cobrando altas taxas para o Governo, que por sua vez, passa a "responsabilidade" para a população. O desinteresse das empresas de transporte não se dá apenas aos "clientes", mas também, a seus trabalhadores. A categoria dos metroviários constantemente entra em greve por melhores salários e condições de trabalho. Segundo o Sindicado dos Metroviários de Brasília, as perdas dos patrões com a catraca livre já somam R$30 mil.
Infelizmente, os governos e prefeituras vendem nossos direitos para a iniciativa privada. O transporte "público" tem se tornado mais uma mercadoria na mão dos grandes empresários, em detrimento do trabalhador. A juventude e o proletariado precisam, mais do que nunca, unir-se nas ruas contra esta conjuntura nefasta e depreciativa. Faz-se necessário, de imediato, a estatização do serviço, a não-demissão dos trabalhadores, a troca das frotas em prol da qualidade, a redução imediata das tarifas, a implantação do passe livre para a juventude, idosos e trabalhadores desempregados e o reprojetamento do espaço rodoviário urbano. Assim, garante-se o bem-estar da população e a efetivação de mais um dos tantos deveres do Estado.
Neste sentido, nós exigimos da prefeitura de São Luís a revogação imediata deste aumento. A juventude e os trabalhadores não podem pagar pela crise! A ANEL permanecerá na trincheira lado a lado com a classe trabalhadora, movimentos sociais organizados, sociedade civil e entidades sindicais na luta contra o aumento e em defesa do transporte publico estatal e de qualidade. Tomemos como exemplo Teresina, Natal, Porto Alegre e outras cidades onde a juventude organizada a partir das mobilizações de rua chegou até a vitória conseguindo barrar o aumento.
Reflorescemos Junho de 2013 e a certeza de que é possível mudar.
Vamos juntos construir uma grande frente contra o aumento!!!!
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