Por Giselly Gonçalves
Executiva estadual da ANEL
A 64° Reunião Brasileira
para o Progresso da Ciência- SBPC,
ocorre este ano em nosso Estado, com o tema: “Ciência, Cultura e Saberes
tradicionais para enfrentar a pobreza”. Diante deste tema e da conjuntura atual
do Maranhão e do Brasil – vale destacar que o Brasil é 84° no ranking de
desenvolvimento humano e o Maranhão o Estado mais miserável da nação - nos
perguntamos para quem serve esta ciência e esta
produção de saber? De fato a educação e a produção de saber tem como meta
erradicar a pobreza?
Entedemos que não! A educação, bem como a produção de
conhecimento científico sofrem com os impactos da mercadorização e privatização, seguindo os ditames impostos
pelo FMI e Banco Mundial para as nações periféricas, se distanciando cada vez
mais da classe trabalahora e servindo para manutenção da ordem vigente.
Não é a toa que não se
tem nenhum debate sobre os rumos da Educação Pública, da Universidade e da
Produção de conhecimento e para quem este se destina na programação oficial do
evento. Mesmo estando diante de uma
greve da Educação pública – a maior e mais forte dos últimos dez anos, que já
dura mais de dois meses, consequência de uma expansão sem qualidade proposta
pelo REUNI 5 anos atrás.
O REUNI, este projeto que assola os muros da Universidade,
tem como subproduto o inchaço das salas de aula, precarização do ensino,
precarização do trabalho docente, filas gigantescas nos R.U’S, fragmentação no
ensino, pesquisa e extensão, número de bolsas insuficiente para atender ao
corpo discente, entre mais agravantes, é resultado de uma pequena expansão do
ensino público superior proposta pelo governo, acompanhada de mudanças
significativas no caráter das Universidades, buscando transformá-las em
fábricas de mão-de-obra de baixa especialização para atender as novas demandas
do mercado, ou seja , para este modelo de politica educacional, não importa a
qualidade dos profissionais e sim a necessidade deste na lógica mercadológica.
Defendemos, portanto,
uma expansão com qualidade, que só será possivel com o investimento de
10% do PIB já para a educação pública e dizemos não ao PNE do governo que não
passa de uma continuidade do REUNI! Defendemos
que a ciência produzida na academia seja voltada para fora dela, para as
necessidades da classe trabalhadora!
Por isso que durante a SBPC estaremos trazendo debates que
extrapolam os limites da universidade, para dialogarmos com o público presente
no evento, incentivando a união entre o saber acadêmico e saber popular, para
construirmos e defendermos uma universidade pública, gratuita e de qualidade e
que não tenha sua função social voltada para o mercado e sim para a classe
trabalhadora!
Estamos com uma tenda montada, em parceria com diversos
movimentos sociais, trazendo importantissimos debates para o seio academico.
Acompanhe a programação abaixo:
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