Por Giselly Gonçalves
Executiva Estadual da Anel
Na última quinta-feira (28/06) tivemos a realização do Conselho de Ensino Pesquisa e Extensão da UFMA (CONSEPE). Dentre as pautas a serem discutidas estava a suspensão do calendário acadêmico da universidade devido ao processo da greve nacional da educação superior que segue em curso.
Executiva Estadual da Anel
Na última quinta-feira (28/06) tivemos a realização do Conselho de Ensino Pesquisa e Extensão da UFMA (CONSEPE). Dentre as pautas a serem discutidas estava a suspensão do calendário acadêmico da universidade devido ao processo da greve nacional da educação superior que segue em curso.
Depois de apresentada a proposta
a ser discutida por representantes do sindicato dos professores entrou em
discussão pelos membros do Conselho e outros pessoas com direito a fala. Para
início de conversa a maioria dos conselheiros votaram pela não suspensão do
calendário acadêmico e os dois semestres de 2012 seguem “normal”.
O nefasto papel que cumpre o DCE da UFMA na greve
No dia 11 de junho o DCE da UFMA
lançou uma nota de apoio à greve dos professores da universidade onde falam “Compreendemos
que a educação pública deve ser valorizada e todos os atores do processo, igualmente.
É possível observar o crescimento das Universidades brasileiras, porém essa
expansão tem trazido ônus para a educação e é por isso que temos hoje salas de
aulas lotadas, sem estruturas e professores sem condições de exercer sua
profissão”. O ensaio do retorno à luta da maior entidade dos estudantes do
Maranhão que tem em torno de 30 mil estudantes em sua base parecia ser um bom
sinal para o processo de mobilização em torno da greve. Mas logo percebemos que
nada de concreto viria adiante.
Na reunião do CONSEPE Diego
Sâmide (atual Coordenador Geral e estudante do Campus de Imperatriz) e Lilian
Brito (também Coordenadora da entidade e estudante de Turismo do Campus São
Luís) foram defender abertamente seus
interesses e “apoiar” a greve.
Sabe-se que “das palavras aos
atos” existe um distanciamento muito
grande, a independência política é uma delas! Lançar uma nota de apoio é
muito fácil, construir na base dos estudantes espaços grevistas é difícil. É
isso que a gestão “Da unidade vai nascer a novidade” não vai fazer porque está
do lado da reitoria, do lado de Mercadante e Dilma que não negocia com os
professores e desmonta a educação nacionalmente.
Falaram em nome dos estudantes da
UFMA dizendo que “essa é a opinião da maioria dos estudantes da universidade
e estavam ali para cumprirem seu papel”. Os estudantes se perguntam até
hoje qual Assembleia Geral foi chamada para discutir uma posição dos estudantes
da UFMA frente à greve?! Que espaços a entidade proporcionou para acumularmos
uma decisão ou opiniões sobre uma greve que cresce a cada dia nas universidades
brasileiras?!!
Não sabemos! Mas falaram em nome
de todos os estudantes da UFMA.
Agora, precisarão arcar com as
consequências que já se acumulam durante todos esses anos que passaram na
entidade. Precisarão dizer aos estudantes que ficarão prejudicados caso sua
situação não seja entendida por quem não aderiu à greve. Precisarão resolver
diversos problemas e consequências do seu ato de não apoiar a suspensão do calendário,
como por exemplo, como o segundo semestre vai iniciar em agosto se o primeiro
ainda não terminou??!!
Muitas perguntas e uma só
resposta: não explicarão, pois não estão do lado dos estudantes! O DCE da UFMA
perdeu sua autonomia política e financeira quando defendeu a implementação do
Reuni nas universidades, a construção do restaurante privado, a situação precária das
residências universitárias no centro e a casa do campus nunca concluída. Hoje
pagamos e arcamos com o ônus, o qual descrevem perfeitamente, só esqueceram de
colocar mais “algumas cerejas” num bolo onde as migalhas ficou pra universidade
e os grandes pedaços para a reitoria e para os que hoje se beneficiam nos mais
diversos cantos.
UNE e DCE da UFMA do lado do governo!
As atitudes dos membros do DCE
refletem a política da entidade que defendem nacionalmente, apesar de não falar
em nome dos estudantes da UFMA há muito tempo. A União Nacional dos Estudantes
(UNE) no dia 26 de junho realizou um ato nada representativo frente ao processo
de greve das federais e em uma reunião com o Ministro da Educação, Aluísio
Mercadante, aprovaram a implementação de 10% do PIB para educação somente para
2020 junto com o Plano Nacional de Educação (PNE).
Não devemos acreditar em mais
esse acordo de gabinete da UNE com o governo. Não devemos considerar esse fato
uma conquista. Primeiro, se as universidades e institutos federais estão em
greve é porque precisam de investimentos reais que o Reuni não trouxe, então
precisariam de investimento o quanto antes e não para daqui a 10 anos. Segundo,
a UNE não fala e não negocia em nome dos estudantes grevistas, desrespeita os fóruns
legítimos do movimento estudantil nacional. Quem fala em nome dos estudantes é
o Comando Nacional de Greve Estudantil (CNGE) que definiu em uma reunião muito
vitoriosa no dia 18 de junho na Universidade Federal do Rio de Janeiro.
O DCE/UFMA esteve presente em
Brasília e tem legitimado esta entidade em todas as suas atividades. Eles
escolheram o lado do governo e de longe expressaram a luta em curso no país em
defesa da educação pública.
A UNE é coautora do projeto do
Reuni e deve responder também por esse processo de desmonte, por qual passa a
educação no país. Se hoje estamos em greve temos dois culpados: o governo que
implementou o projeto de sucateamento e expandiu as universidades públicas
federais sem o investimento necessário; e a UNE, que construiu e defendeu esse
projeto e hoje apoia PNE do governo sem nenhuma discussão com os estudantes
sobre o caráter desse plano e sem nenhuma representatividade, substituindo o
Comando Nacional de Greve Estudantil que está funcionando em Brasília, desde a
última semana.
O cenário da situação é bem
claro! Os estudantes livres do Brasil têm dois caminhos para tratar da greve:
está do lado da UNE e suas atividades esvaziadas que não representam as fortes
lutas no país ou está do lado do Comando Nacional de Greve Estudantil que se
fortalece a cada dia.
Depois de uma semana de ocupações
nas universidades, o dia 3 de julho (3J) será o dia de atos, panfletagens,
debates e atividades nacionais. Nós da Anel já começamos a construir junto com
os setores em greve desta universidade esse dia para ser um grande dia na UFMA.
Queremos que esse dia seja dos estudantes encherem a UFMA de cartazes e faixas
sobre a greve e debater o que o Reuni trouxe pra universidade. Sendo assim,
gostaríamos de convidar todos a construírem atividades para esse dia que
expressem as lutas nacionais, mas que também expressem a posição de todos em
relação à greve nacional que segue forte.
Mobilize-se, traga seu pincel,
sua tinta, seu cartaz, sem tambor, sua lata, sua baqueta, seu apito e venha
fortalecer a greve nacional das instituições de ensino superior e não se cale!
Venha lutar por “Expansão com 10% do PIB pra Educação Pública Já!” Diga em
todas cores “Não ao PNE do Governo!” Nem UNE nem DCE/UFMA falam em nome dos
estudantes grevistas! Fortalecer o Comando Nacional de Greve Estudantil!
Saiba mais sobre a greve das instituições federais de ensino:
ANDES - Sindicato Nacional
Comando Nacional de Greve - Facebook
As raízes da greve
Site Nacional da Anel
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