terça-feira, 13 de novembro de 2012

2 anos do assassinato do quilombola Flaviano


por Thamara Layla da ANEL.
No último dia 30 completou-se 2 anos do assassinato do quilombola Flaviano Pinto Neto, que era Presidente da Associação dos Pequenos Produtores Rurais do Povoado Charco, Município de São Vicente Ferrer – MA, ele foi executado com 7 tiros na cabeça, com uma pistola calibre 380.
A execução de Flaviano foi uma morte anunciada, tendo em vista que as ameaças que sofria já haviam sido denunciadas diversas vezes pela Comissão Pastoral da Terra (CPT) ao INCRA, ITERMA, órgãos de segurança pública e de Justiça do Maranhão, no decorrer do ano de 2010. Porém, naquele momento nada foi feito para que se evitasse a execução brutal do companheiro. 
A comunidade do Charco luta pela demarcação de suas terras, com base no Artigo 31 do Estatuto da Igualdade Racial que trata da garantia de titulação de terras de remanescentes Quilombolas. No Charco são aproximadamente 70 famílias que vivem naquelas terras ha mais de 60 anos. Naquele ano, os conflitos encontravam-se na sua maior efervescência, tendo como algoz o fazendeiro Gentil Braga que é proprietário de extensas áreas na região da baixada Maranhense.
Para nós da Assembleia Nacional de Estudantes Livre, a exemplo de Flaviano, todas as lideranças que estão juradas de morte no Maranhão, são vítimas de uma política racista e pró-latifundio que atualmente reflete as alianças dos governos com os grandes latifundiários e o agronegócio no estado.


Sem muitas delongas, nos últimos dias o Brasil acompanha chocado o drama dos indígenas Guarani-Kaiowá no Mato Grosso do Sul. Eles lutam desde 1988 pela demarcação de suas terras. Hoje segundo Ládio Veron liderança dos Gurani-Kaiowá, são mais de 55 mil indígenas no Mato Grosso do Sul com menos de 1% das terras do nosso território, que ainda assim com o consentimento do Governo Federal estão sendo expulsos dessa porcentagem que lhes restou. 
Os Guarani-Kaiowá estão enfrentando uma situação muito difícil, estão sendo encurralados, ameaçados pelos pistoleiros contratados pelos latifundiários. No dia 24, uma Kaiowá-Guarani foi violentada por pistoleiros e esse tipo de violência tem se tornado cada vez mais constante. Os indígenas precisariam apenas de uma intervenção de Dilma para que suas terras sejam imediatamente demarcadas, há dados que mais de 270 lideranças indígenas foram assassinadas nos últimos 10 anos, quase o dobro que dos últimos 20 anos.
Na terça-feira, dia  30, a Desembargadora do Tribunal Regional Federal da 3ª Região (São Paulo e Mato Grosso do Sul) suspendeu o agravo de instrumento que determinava a retirada da comunidade Pyelito Kue da etnia Guarani-Kaiowá da fazenda que ocupam. Esta decisão adia a saída dos indígenas até que seja finalizado o processo da demarcação das reservas indígenas. Ainda assim temos uma tarefa árdua pela frente, de continuar denunciando os Governos de Plantão que são coniventes com o extermínio dos indígenas, quilombolas e da juventude negra desse país!
Solidarizamos-nos com a família do companheiro Flaviano, com a Comunidade do Charco, com os Guarani-Kaiowá, com as famílias do Pinheirinho, Quilombo Rio dos Macacos, Comunidade Eugênio Pereira, Vinhais Velho, Vila Cristalina e tantos outros que estão sendo vítimas dos despejos forçados a mando do capital! Nesse sentido impulsionaremos a construção da 7° Marcha da Periferia que acontecerá aqui em São Luís no dia 23 de Novembro e terá como tema: “Contra os despejos forçados e a faxina étnica”. PARTICIPE!!
Viva a Luta do povo negro, viva a luta dos indígenas, viva a luta dos quilombolas!

Nenhum comentário:

Postar um comentário