Por Camila Castro e Giselly Gonçalves
Executiva Estadual da ANEL
A marcha das vadias teve início no
ano passado, no Canadá, em resposta à atitude machista de um policial que
justificava estupro como consequência de mulheres que se vestiam como “vadias”.
Denunciando tal culpabilização das mulheres em relação á própria violência que
sofrem, a marcha se espalhou por quase todos os estados brasileiros com o lema
“se ser livre é ser vadia, somos todas vadias!”.
No Brasil não faltam exemplos de
violência física e sexual contra as mulheres. Os índices não abarcam a
realidade como um todo, tendo em vista que grande parte das mulheres não conta
com delegacias especializadas para denúncia e acompanhamento, mas mesmo assim
se mostram assustadores. Apenas no município de São Luis são registradas cerca
de 10 mil ocorrências por ano na Delegacia da Mulher, em sua grande maioria por
vítimas jovens.
É nesta conjuntura que aconteceu a I
Marcha das Vadias em São Luis. Com palavras de ordem como “a nossa luta é todo
dia, contra o machismo, racismo e homofobia” a cidade ludovicense teve na
Avenida Litorânea, no dia 26 de maio, centenas de mulheres e homens reafirmando
que não admitem mais as expressões do machismo e de qualquer tipo de opressão.
A marcha
construída por mulheres, estudantes, coletivos feministas, movimentos populares
não expressou apenas um dia de luta, mas afirmou um sentimento coletivo de luta
e ativismo. A partir das oficinas, debates, cartazes feitos à mão e empunhados
com orgulho e determinação disseminou-se também a percepção de que na luta não
estamos sozinh@s e que a saída é a organização.
A luta
contra toda forma de opressão é uma bandeira da ANEL que está presente em todas
as nossas atividades e espaços que participamos. A Marcha das Vadias em São
Luis expressou para nós a vontade de luta e a indignação contra o machismo que
violenta nossas mulheres diariamente. É preciso dizer não e construir no
cotidiano um combate coerente!
O sentimento
de orgulho que foi tomado pel@s presentes ao fim da Marcha representa a
necessidade de continuidade das movimentações. Os primeiros passos foram dados
e não podemos perder esta oportunidade de consolidar uma mobilização cada vez
mais forte contra a violência e contra machismo.
“Nada causa mais horror a ordem do que as
mulheres que lutam e sonham”, muito mais do que uma frase do autor José Martí
que representa o solo fértil da nossa realidade, mas um solo no qual
plantaremos luta e colheremos transformação.
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