terça-feira, 29 de maio de 2012

Marcha das Vadias em São Luis: uma luta contra o machismo!


Por Camila Castro e Giselly Gonçalves
Executiva Estadual da ANEL


A marcha das vadias teve início no ano passado, no Canadá, em resposta à atitude machista de um policial que justificava estupro como consequência de mulheres que se vestiam como “vadias”. Denunciando tal culpabilização das mulheres em relação á própria violência que sofrem, a marcha se espalhou por quase todos os estados brasileiros com o lema “se ser livre é ser vadia, somos todas vadias!”.
No Brasil não faltam exemplos de violência física e sexual contra as mulheres. Os índices não abarcam a realidade como um todo, tendo em vista que grande parte das mulheres não conta com delegacias especializadas para denúncia e acompanhamento, mas mesmo assim se mostram assustadores. Apenas no município de São Luis são registradas cerca de 10 mil ocorrências por ano na Delegacia da Mulher, em sua grande maioria por vítimas jovens.
            É nesta conjuntura que aconteceu a I Marcha das Vadias em São Luis. Com palavras de ordem como “a nossa luta é todo dia, contra o machismo, racismo e homofobia” a cidade ludovicense teve na Avenida Litorânea, no dia 26 de maio, centenas de mulheres e homens reafirmando que não admitem mais as expressões do machismo e de qualquer tipo de opressão.
       A marcha construída por mulheres, estudantes, coletivos feministas, movimentos populares não expressou apenas um dia de luta, mas afirmou um sentimento coletivo de luta e ativismo. A partir das oficinas, debates, cartazes feitos à mão e empunhados com orgulho e determinação disseminou-se também a percepção de que na luta não estamos sozinh@s e que a saída é a organização.
            A luta contra toda forma de opressão é uma bandeira da ANEL que está presente em todas as nossas atividades e espaços que participamos. A Marcha das Vadias em São Luis expressou para nós a vontade de luta e a indignação contra o machismo que violenta nossas mulheres diariamente. É preciso dizer não e construir no cotidiano um combate coerente!
          O sentimento de orgulho que foi tomado pel@s presentes ao fim da Marcha representa a necessidade de continuidade das movimentações. Os primeiros passos foram dados e não podemos perder esta oportunidade de consolidar uma mobilização cada vez mais forte contra a violência e contra machismo.
 “Nada causa mais horror a ordem do que as mulheres que lutam e sonham”, muito mais do que uma frase do autor José Martí que representa o solo fértil da nossa realidade, mas um solo no qual plantaremos luta e colheremos transformação.

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