quinta-feira, 15 de março de 2012

HOJE MAIS DE 100 ESTUDANTES OCUPARAM A REITORIA DA UFMG, EM BELO HORIZONTE

ANEL-MG

Hoje, por volta das 15h, na Universidade Federal de Minas Gerais, em Belo Horizonte-MG, mais de 100 estudantes ocuparam o Conselho Universitário para impedir a implantação de duas políticas de ataque aos direitos dos estudantes e dos funcionários: o aumento do preço do bandejão (restaurante universitário) e a privatização da gestão pública do Hospital das Clínicas. A Assembleia Nacional de Estudantes - Livre (ANEL) esteve presente, incorporando a luta contra essas medidas. Nenhum dos assuntos em pauta é de amplo conhecimento da comunidade acadêmica e dos demais afetados, pois a UFMG não tem interesse de que saibam o que está sendo imposto por meio deste conselho, onde as cadeiras reservadas à representação estudantil não são paritárias em relação aos demais setores, sobretudo os mais atrelados à reitoria e ao Governo Federal.
Bandejão - A reitoria da UFMG e seus pares no Conselho Universitário tentavam aprovar uma resolução que desobrigaria a universidade de subsidiar a alimentação dos estudantes, fazendo com que o preço das refeições aumentasse para R$ 3,75, tornando um dos valores mais caros entre as universidades federais do Brasil. Essa medida seria um ataque brutal à assistência estudantil e à manutenção da vida acadêmica de muitos estudantes, uma vez que encareceria ainda mais o custo da alimentação diária. O projeto também previa dar mais autonomia à FUMP (Fundação Universitária Mendes Pimentel), empresa de natureza privada que administra a assistência estudantil da UFMG, para que ela possa estipular os preços de forma autônoma, baseada em meios próprios de cálculo e com liberdade para geração de lucro a partir dos serviços do bandejão.

Privatização da gestão pública do Hospital das Clínicas - Outra pauta ameaçadora aos direitos dos estudantes, trabalhadores e usuários da rede pública de saúde é a implantação da EBSERH, Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares S.A. Trata-se de uma sociedade anônima com natureza jurídica privada, isto é, que prevê a geração e obtenção de lucros para seus donos, que foi criada no fim do ano passado pelo Governo Dilma com o objetivo de gerir os Hospitais Universitários de todo o país. Isso significa que, além da lógica do lucro, a nova administração dos hospitais vai estabelecer metas de desempenho e produtividade e a instituição da previdência privada, abrindo espaço para mercantilização dos serviços de saúde prestados pelos HUs.

Trata-se da legitimação e legalização, por parte do Estado e da UFMG, da gestão privada do Hospital das Clínicas, de forma semelhante ao que já é praticado em algumas universidades através das fundações de apoio, como a FUMP. Com o intuito de supostamente captar recursos e driblar a burocracia, as fundações são alvos frenquêntes de denúncias de má gestão, acúmulo de dívidas e desvio de dinheiro público.

DCE UFMG E DAAB: TRAIÇÃO AOS ESTUDANTES
Hoje de manhã o Conselho Diretor do Hospital das Clínicas se reuniu para aprovar a implantação dessa empresa. Neste fórum, dois dirigentes do DCE UFMG e do DAAB votaram A FAVOR da medida, desde que "haja negociação com estudantes e funcionários". Ou seja, votaram a favor de uma medida privatista que afetará milhares de pessoas e prejudicará ainda mais o já precário sistema público de saúde, traindo o que disseram no último Conselho de DAs e CAs, onde se comprometeram a organizar a luta contra a EBSERH na UFMG.

Os representantes do DCE não aderiram à ocupação da reitoria hoje à tarde para barrar estes ataques, mostrando que não estão dispostos a fazer uma defesa intransigente dos direitos dos estudantes e dos funciários da UFMG, e traindo toda a expectativa dos alunos que depositaram confiança nessa nova gestão seduzidos pelo discurso conciliador e despolitizado que marcaram a campanha eleitoral da chapa Onda.

A ANEL Minas repudia essa traição e convoca o conjundo do movimento estudantil a denunciá-la. A entidade também se coloca a serviço dos estudantes para impedir que estas e quaisquer outras medidas de ataque aos direitos sejam implementadas pela UFMG e o Governo Federal.

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